sexta-feira, dezembro 12

TERREIRO Revela hoje O Independente que alguns ministérios vão deslocar-se do Terreiro do Paço para a antiga Feira Popular, em Lisboa. Caso se confirme, esta é uma oportunidade perdida para recuperar algumas áreas da capital. Os ministérios, se forem construídos de raíz, podem incorporar serviços adminstrativos hoje distribuídos por vãos de escada e armazéns. Mas são também pólos de renovação urbana e dinamismo económico. Paris tem um caso que merece ser ponderado: o ministério das Finanças, em Bercy, aliado à contrução da Biblioteca Nacional, do outro lado do rio, lideraram uma recuperação destas áreas que, sem ser consensual, tinha um objectivo sério: o reequilíbrio da cidade e a restauração de uma zona industrial em decadência. Além disso, deve-se dessacralizar a ideia que temos dos ministérios e torná-los mais práticos, como o ministério da Ciência francês, que nas suas instalações vetustas inclui uma piscina e salas de ginástica acessíveis aos cidadãos. Lisboa tem inúmeras zonas que precisam de equipamentos para estimular a sua recuperação. E nem é preciso ir longe para ilustrar esta estratégia: o Parque das Nações, um dos cartões de visita de Portugal, teve, embora noutro contexto, o mesmo efeito. Prevendo que do projecto ao terreno vão decorrer longos anos, espero que se reflicta bem nesta decisão e nos benefícios que pode trazer no futuro. E que não se resuma a um exercício de ostentação política ou pessoal.

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