terça-feira, agosto 31

EXCITAÇÕES. É incrível como o tema do aborto, mais que qualquer outro, consegue despertar tanta falta de racionalismo e pragmatismo. Agora foi a história do barco. A maior parte das pessoas favoráveis à despenalização insiste em ignorar que perdeu um referendo e que a lei (bem como o sentido da mesma) está feita para condenar o aborto como um crime. É errada, hipócrita, repugnante? Pessoalmente não tenho dúvidas que sim. Mas foi aprovada pelo País em referendo e num referendo recente. Por isso, dizer que o ministro da Defesa fez «a maior afronta à democracia» por ter proibido a entrada do barco é completamente descabido. Para me convencer a mim, pessoalmente, nem precisavam de invocar leis marítimas. É mesmo a lei do aborto a única coisa que importa. Se é ilegal, é ilegal, não me venham com manhas de esperteza saloia para contornar resultados eleitorais. Isso sim é uma afronta à democracia.

terça-feira, agosto 24

ANTES DE IR DE FÉRIAS Aqui está uma aplicação interessante. Tenha-a sempre perto de si. Por falar em férias, esta semana vou estar à praia. Quando voltar faço o relatório sobre NY, porque esta avaria no computador estragou-me os planos. Até já.
CRETINICE Era o que faltava, sondagens a perguntar o que os portugueses "acham" da prestação dos atletas portugueses em Atenas. E não é que estes respondem?!
LANÇAMENTO DO DISCO Os computadores sabem ser ingratos nas piores alturas. O meu disco rígido morreu, com a sempre dramática perda de documentos, preferências, hábitos, favoritos, etc. Mas o pior foi quando perdi estupidamente a cópia mais recente dos contactos. Por isso, aproveito para pedir desculpas públicas se não escrever ou telefonar a alguém nos próximos tempos.

quinta-feira, agosto 19

NÚMERO 7 No início também achei ridícula a ideia de o Figo sair e depois voltar para jogar no próximo Mundial, se a selecção se qualificasse. Mas agora não me faz assim tanta impressão. Pior fizeram o Zidane e o Rui Costa, que fecharam a porta de vez. Se ainda lhe sobrarem pernas para ir à Alemanha, será bem vindo.

quarta-feira, agosto 18

EMIGRANTES Há muito tempo que mudou o perfil tradicional do português que luta lá fora pela vida e depois volta a Portugal para passar a terceira idade na vivenda que construiu na aldeia. Agora preferem passar uma confortável reforma no estrangeiro.

terça-feira, agosto 17

DURÃO, O VILÃO Os franceses estão chateados com José Manuel Barroso porque o comissário que enviaram para Bruxelas, Jacques Barrot, recebeu uma pasta, a dos Transportes, pouco significativa face à importância do país como na União Europeia. O editorial do Le Figaro de sábado, 14 de Agosto, começa por citar uma constatação do Financial Times: "A França tem uma pasta menos importante que a Lituânia". Para o editorialista, esta foi uma "humilhação política" e uma "desagradável surpresa". O Le Monde de terça-feira, 17 de Agosto, procura resposta para a questão: "Porque é que a influência francesa enfraqueceu em Bruxelas". A opinião geral é a de que França foi "sancionada", nas palavras do ex-MNE socialista Pierre Moscovici, pela arrogância usada muitas vezes no trato com as instituições europeias. E vários observadores notam uma falta de confiança no motor franco-alemão, acusado de contornar e baralhar as directivas comunitárias para gerir os assuntos internos, como foi o caso do défice público. A verdade é Jacques Chirac não se pode queixar senão de si mesmo: apoiou o belga Guy Verhofstadt na corrida à presidência da Comissão, aceitando por fim Barroso pela sua reconhecida francofonia. Menos talentos linguísticos tem Jacques Barrot, ex-lider parlamentar do partido chiraquista UMP, quem dizem que não dominar sequer a língua de Shakespeare. O presidente francês preferiu um boy para o lugar do que manter ex-chefe de gabinete de Jacques Delors, Pascal Lamy, figura bastante apreciada e a quem Barroso não teria coragem de fechar a porta no círculo liberal que os franceses agora o acusam de ter criado. Uma coisa é certa: foi preciso Durão ser importante para os jornais franceses deixarem de escrever Juan Manoel e coisas do género e aplicarem-se a colocar o acento no José.

quarta-feira, agosto 4

PASSEIOS Por falar em transportes, fiquei impressionado com a quantidade de deficientes motores que recorrem ao autocarro para se deslocarem em Nova Iorque. Por norma uso o autocarro para viajar dentro da cidade e posso afirmar que em pelo menos 40 viagens, 35 fi-las na companhia de pessoas em cadeiras de rodas. Além de todos os veículos poderem "ajoelhar-se" para facilitar a entrada a pessoas mais idosas ou com dificuldades de locomoção, possuem um elevador hidráulico que permite a subida das cadeiras de rodas e vários bancos que podem recolher-se para dar lugar a estas pessoas, que entram empurradas ou sozinhas, quando possuem um modelo eléctrico. Em Paris, apenas uma parte dos autocarros está preparada e em Lisboa, até há poucos anos, ainda se recorria ao sistema do autocarro especial. Eu posso compreender que a renovação da frota seja gradual e que isso implica um esforço financeiro e uma sensibilização dos responsáveis. Mas o que o caso de NY prova é que as pessoas não têm medo de sair para a rua, onde, pelos vistos, podem circular à vontade e em segurança. E não estou a falar apenas das chamadas "barreiras arquitectónicas" que dificultam o movimento das cadeiras de rodas. Portugal tem um problema especial com o qual, o mais cedo possível, terá de lidar: a calçada portuguesa.

À GRANDE E À FRANCESA (já foi o tempo...) Ao contrário do que se passava quando em meados de Julho deixei satisfeito uma Paris chuvosa, quando voltei no domingo estava calor. Um tempo veranil que apenas lamentei quando entrei no aeroporto no comboio com destino à cidade e a casa. Na segunda estação entraram dezenas de pessoas que tornaram ainda mais evidente a urgência em instalar ar condicionado neste meio de transporte. Aqui notei uma diferença importante com Nova Iorque, onde entrar para o autocarro ou metro é o mesmo que encontrar um oásis no deserto. A diferença é tal que há quem aconselhe - com exagero - um agasalho propositadamente para usar nos transportes e estabelecimentos, todos bem climatizados. Pelo contrário, a RATP (empresa que manda nos transportes urbanos parisientes) vela certamente para que os seus clientes e turistas não se constipem logo quando entram no país e na capital. Depois queixem-se da canícula.

segunda-feira, agosto 2

HI GUYS, HOW ARE YOU DOING TODAY? É com esta típica expressão canadiana que anuncio o regresso ao fim de três semanas de férias. Tenho muita coisa para contar e fotografias para mostrar, mas agora também tenho de trabalhar. Vão aparecendo por aqui. Até já. Vou voltar à rotina. E ainda bem.