terça-feira, agosto 17
DURÃO, O VILÃO Os franceses estão chateados com José Manuel Barroso porque o comissário que enviaram para Bruxelas, Jacques Barrot, recebeu uma pasta, a dos Transportes, pouco significativa face à importância do país como na União Europeia. O editorial do Le Figaro de sábado, 14 de Agosto, começa por citar uma constatação do Financial Times: "A França tem uma pasta menos importante que a Lituânia". Para o editorialista, esta foi uma "humilhação política" e uma "desagradável surpresa". O Le Monde de terça-feira, 17 de Agosto, procura resposta para a questão: "Porque é que a influência francesa enfraqueceu em Bruxelas". A opinião geral é a de que França foi "sancionada", nas palavras do ex-MNE socialista Pierre Moscovici, pela arrogância usada muitas vezes no trato com as instituições europeias. E vários observadores notam uma falta de confiança no motor franco-alemão, acusado de contornar e baralhar as directivas comunitárias para gerir os assuntos internos, como foi o caso do défice público. A verdade é Jacques Chirac não se pode queixar senão de si mesmo: apoiou o belga Guy Verhofstadt na corrida à presidência da Comissão, aceitando por fim Barroso pela sua reconhecida francofonia. Menos talentos linguísticos tem Jacques Barrot, ex-lider parlamentar do partido chiraquista UMP, quem dizem que não dominar sequer a língua de Shakespeare. O presidente francês preferiu um boy para o lugar do que manter ex-chefe de gabinete de Jacques Delors, Pascal Lamy, figura bastante apreciada e a quem Barroso não teria coragem de fechar a porta no círculo liberal que os franceses agora o acusam de ter criado. Uma coisa é certa: foi preciso Durão ser importante para os jornais franceses deixarem de escrever Juan Manoel e coisas do género e aplicarem-se a colocar o acento no José.
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