JPP. Deixei de ler as crónicas de José Pacheco Pereira quando li, há dois anos, o ataque mais escabroso que se pode fazer a um jornalista. Fiz por esquecer os termos exactos que o eurodeputado utilizou nesse texto, porque achei - como ainda acho - que não vale a pena discutir insinuações, muito menos quando as mesmas partem de pressupostos errados. E acontece que eu sabia que os pressupostos estavam errados, pelo simples facto de ter presenciado os acontecimentos que o político resolveu fantasiar. Para agravar tudo isto, o tema em causa era a «antiglobalização», mais particularmente a célebre manifestação contra o G8 em Génova. Ou seja, um dos assuntos que é praticamente impossível discutir na nossa praça - antes de poder provar a seriedade jornalística da pessoa que JPP quase rotulou de activista (esclareço que não era eu) já tinha o desdém dos fanáticos de direita e a total solidariedade dos fanáticos de esquerda. Desisti, portanto. De discutir e de ler Pacheco Pereira. Porque nesse momento percebi que tudo aquilo que tinha lido e respeitado (no colunista) podia estar assente nesse mesmo nada. Ou em paixões políticas que, não sendo idiotas, não deviam servir para enxovalhar quem as não tem.
A última crónica de JPP no Público é um regresso feliz ao registo que eu gosto. Carrego no eu porque sei que esta opinião decorre exclusivamente desta experiência pessoal. Mas se isso interessar a alguém, é este JPP que admiro: com visão, background e (boa) cultura política.
sexta-feira, dezembro 12
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