quarta-feira, dezembro 24
CONSOADA Cumprida a principal tradição, a fritura das filhós, vamos passar ao bacalhau e ao vinho da casa - é verdade, este ano a vinha deu 60 litros! Para todos aqueles que estão fora, mas também para os outros que não estão e ainda os que gostariam ou tencionam ir, dois conselhos: não se habituem a um teclado estrangeiro poraue vão demorar uma hora a corrigir duas linhas (deixei um erro para ilustrar); tenham paciência e apetite, porque o Natal é só um dia.
sábado, dezembro 20
NOTAS. Duas rapidinhas para intervalar a lavoura forçada de sábado:
1º) De obrigado. Às duas senhoras que se prontificaram a ajudar-me na difícil tarefa de roubar e colar imagens. Não tenho o prazer de as conhecer, mas seguirei as vossas sugestões (e o vosso rasto) a partir de já.
2º) De rectificação. Ao post sobre os votos para disco do ano. Já ouvi e re-ouvi o Damien Rice e acho a coisa soberba. Melhor ainda, o homem vem a Londres lá para Fevereiro. Ou seja, se mais não houver, tenho já um bom motivo para sorrir quando pegar no bilhete de regresso.
1º) De obrigado. Às duas senhoras que se prontificaram a ajudar-me na difícil tarefa de roubar e colar imagens. Não tenho o prazer de as conhecer, mas seguirei as vossas sugestões (e o vosso rasto) a partir de já.
2º) De rectificação. Ao post sobre os votos para disco do ano. Já ouvi e re-ouvi o Damien Rice e acho a coisa soberba. Melhor ainda, o homem vem a Londres lá para Fevereiro. Ou seja, se mais não houver, tenho já um bom motivo para sorrir quando pegar no bilhete de regresso.
FRUSTRASTION. Consumado o regresso «à terra» do estrangeirado parisiense (apenas para cumprir a logística natalícia, como é evidente) devo confessar que tencionava gozar estes tempos sozinho em casa para escarrapachar as fotografias todas que me apetecesse. Acontece que não sei pôr imagens. O emigrante do lado de lá nunca me ensinou. Agora percebo porquê. Antecipou a suspresa de Natal que lhe tinha reservado. É triste. Vinte e tal anos depois ainda não aprendi que as chaves de casa nunca dão acesso à dispensa.
sexta-feira, dezembro 19
NÓS E A UE. A BBC noticia o «facto positivo do dia»: a União Europeia aprovou o aumento da quota de pescas do Reino Unido em 15 por cento.
A nossa comunicação social noticia o facto positivo do dia: a União Europeia aprovou a redução da quota de pescas de Portugal em 15 por cento. Mas, na verdade, queria reduzir 49 por cento. Percebem? Parece que não, mas é muita fixe para a malta!
Os gajos papam-nos com uma pinta....
A nossa comunicação social noticia o facto positivo do dia: a União Europeia aprovou a redução da quota de pescas de Portugal em 15 por cento. Mas, na verdade, queria reduzir 49 por cento. Percebem? Parece que não, mas é muita fixe para a malta!
Os gajos papam-nos com uma pinta....
INIMIGO PÙBLICO. Para nós, estrangeirados, qualquer produto nacional que não tenha versão online pura e simplesmente não existe. É verdade que o mundo civilizado tem razões de sobra para não nos torturarmos muito com isso, mas às vezes chateia. Tenho pena, por exemplo, de ainda não ter conseguido pôr a vista em cima do Inimigo Público.
Há dias, como hoje, que me mandam duas ou três piadas do dito suplemento via mail, o que ainda me dá mais comichão. Pior ainda, fui integrado na mailing list da Produções Fictícias (não sei bem a que propósito, mas agradeço) o que me valeu, à bocadinho, uma simpática mensagem de Boas Festas com a capa do Inimigo estampada. Claro está que cliquei furiosamente na imagem para ver se abria qualquer coisa... mas nada. E pronto, fiquei irritado. Não gosto que me lembrem a distância.
ABORTO II. Volto ao assunto só para fazer um esclarecimento ao André, que está em total desacordo com o meu post anterior sobre o tema.
Primeiro, em relação à despenalização da IVG merecer ou não o apoio da maior parte dos portugueses: é um facto que o referendo nos respondeu que não. E sem estudos de opinião recentes sobre o assunto, é impossível aferir objectivamente qual seria a resposta neste momento.
Por isso, especulemos: eu entendo que o facto de ter havido uma diferença entre o resultado oficial e aquilo as sondagens vinham anunciando explica-se com a abstenção. Se a memória não me atraiçoa (posso confirmar mais tarde) votaram 31 por cento dos eleitores e houve mais ou menos cinquenta mil votos de diferença. Ou seja, a abstenção teve, necessariamente, um papel importante a distorcer o resultado. É claro que se pode sempre alegar que podia ter penalizado os dois lados, mas também disso discordo. Primeiro porque os eleitores «sim» estavam confiantes na vitória; segundo porque os eleitores «não» estavam mais mobilizados e melhor convencidos da importância e da utilidade do seu voto.
E aqui chegamos à segunda crítica: as posições assumidas à esquerda e à direita. Desonestidade, desinformação e demagogia atribuis tu à direita. Concordo plenamente. Como dizia outro dia julgo que a Helena Matos, quando se mostram bonecos tipo Barriguitas para falar de fetos está tudo dito sobre a seriedade da discussão. Mas a verdade é que foram eles que ganharam a batalha. E agora, quer queiramos quer não, o ónus está do lado da esquerda.
Propor iniciativas com a chancela do Bloco de Esquerda ou da Juventude Socialista pode mostrar muita convicção e coerência por parte dos próprios mas não demonstra qualquer tipo de responsabilidade. Porque responsabilidade, em política, também é realismo. E não é realista assumir que as vozes de direita que desencadearam isto se iam pôr atrás das bandeiras do BE ou da JS. Incoerência deles? Talvez. Mas quem põe a causa à frente dos interesses partidários pensaria numa forma melhor de juntar essas vozes à sua luta. Não lhes atirava à cara a exigência de afrontarem o seu próprio partido.
O que conseguiram com isto, volto a dizer, foi acordar os «cães de guarda», remeter ao silêncio quem melhor lhes poderia ter servido e adiar novamente a questão.
E aqui chegamos à segunda crítica: as posições assumidas à esquerda e à direita. Desonestidade, desinformação e demagogia atribuis tu à direita. Concordo plenamente. Como dizia outro dia julgo que a Helena Matos, quando se mostram bonecos tipo Barriguitas para falar de fetos está tudo dito sobre a seriedade da discussão. Mas a verdade é que foram eles que ganharam a batalha. E agora, quer queiramos quer não, o ónus está do lado da esquerda.
Propor iniciativas com a chancela do Bloco de Esquerda ou da Juventude Socialista pode mostrar muita convicção e coerência por parte dos próprios mas não demonstra qualquer tipo de responsabilidade. Porque responsabilidade, em política, também é realismo. E não é realista assumir que as vozes de direita que desencadearam isto se iam pôr atrás das bandeiras do BE ou da JS. Incoerência deles? Talvez. Mas quem põe a causa à frente dos interesses partidários pensaria numa forma melhor de juntar essas vozes à sua luta. Não lhes atirava à cara a exigência de afrontarem o seu próprio partido.
O que conseguiram com isto, volto a dizer, foi acordar os «cães de guarda», remeter ao silêncio quem melhor lhes poderia ter servido e adiar novamente a questão.
quinta-feira, dezembro 18
REGRAS PARA COMPRAR PRENDAS DE NATAL
1) Não vale a pena preocupar-se com isso no resto do ano. É mais divertido fazê-lo nos últimos dias. Evitar, no entanto, um centro comercial no dia 24 ao fim da tarde.
2) Esqueça os preços. Agarre o que estiver à mão porque já não vai ter tempo para voltar atrás.
3) Não pense no que as pessoas iriam gostar, mas no que elas não iriam gostar. Facilita a escolha.
4) Comece pelas pessoas de quem gosta mais. Ao fim de pouco tempo terá gasto tanto dinheiro que a preocupação vai ser "A quem é que eu posso não oferecer prenda e o que é que posso comprar barato para os restantes".
5) Se residir no estrangeiro, compre coisas com palavras na lingua indígena. Dá um toque exótico.
6) Vá cedo (sim, de manhã).
7) Privilegie o comércio tradicional. Este é um conselho da associação dos lojistas que fecham às seis da tarde, têm duas horas e meia para almoço e não abrem aos fins-de-semana.
8) Comece uma nova colecção e guarde todos os recibos. Pode entreter-se a organizá-los por tamanhos, por datas ou por valor. Vai ver que o exercício é pedagógico.
1) Não vale a pena preocupar-se com isso no resto do ano. É mais divertido fazê-lo nos últimos dias. Evitar, no entanto, um centro comercial no dia 24 ao fim da tarde.
2) Esqueça os preços. Agarre o que estiver à mão porque já não vai ter tempo para voltar atrás.
3) Não pense no que as pessoas iriam gostar, mas no que elas não iriam gostar. Facilita a escolha.
4) Comece pelas pessoas de quem gosta mais. Ao fim de pouco tempo terá gasto tanto dinheiro que a preocupação vai ser "A quem é que eu posso não oferecer prenda e o que é que posso comprar barato para os restantes".
5) Se residir no estrangeiro, compre coisas com palavras na lingua indígena. Dá um toque exótico.
6) Vá cedo (sim, de manhã).
7) Privilegie o comércio tradicional. Este é um conselho da associação dos lojistas que fecham às seis da tarde, têm duas horas e meia para almoço e não abrem aos fins-de-semana.
8) Comece uma nova colecção e guarde todos os recibos. Pode entreter-se a organizá-los por tamanhos, por datas ou por valor. Vai ver que o exercício é pedagógico.
quarta-feira, dezembro 17
ABORTO. O Daniel elogia o texto sobre o aborto que o deputado Gonçalo Capitão, do PSD, publicou n’A Capital. E elogia bem. É um exemplo notável de como se podem afastar preferências partidárias para discutir opções pessoais tão sensíveis. Diz que é um texto «lúcido e honesto», apesar de ter alguns «ataques gratuitos à esquerda». E aqui engana-se. Os ataques que GC fez à esquerda têm toda a razão de ser. A esquerda não consegue ser inteligente quando fala de aborto. Pura e simplesmente, não consegue. Prefere o histerismo. E com isso só prejudica a causa que diz querer defender, como é óbvio.
As recentes declarações de membros do PSD e do CDS, surpreendentemente flexíveis, vêm provar esta triste realidade. «A maioria de direita deu sinais de abertura? Estão lixados! Vamos já fazer uma conferência de imprensa a pedir para os gajos serem coerentes e amanhã já se estão todos a desdizer... Lindo!»
Meu dito, meu feito. Vejo na televisão o Miguel Portas a falar para três jornalistas numa sala vazia e penso: pronto, é o suficiente. Já lixaram esta merda outra vez! Mas porque é que não se calam? Não perceberam ainda que é bastante mais produtivo do que andar a acirrar constantemente o outro lado? Apresentar propostas que à partida toda a gente já sabe que vão ser recusadas ajuda alguma coisa? «Apanhar» os gajos a desdizer-se tem mais importância do que contar com a ajuda de um soldado no outro lado da trincheira? Não é óbvio que a partir do momento que pedem «coerência» à maioria, eles são obrigados a responder «coerentemente contra» o Bloco?
A vocês, esquerdistas empenhados que dizem não conseguir conter a «paixão e a irritação» quando falam no assunto, algumas palavras apaixonadas e irritadas: é vossa a culpa de tudo ficar na mesma.
Não acreditam? Já pensaram porque é que andam a lutar tão arduamente por uma coisa que a maior parte dos portugueses quer? Porque vocês falharam. E continuam a falhar.
As recentes declarações de membros do PSD e do CDS, surpreendentemente flexíveis, vêm provar esta triste realidade. «A maioria de direita deu sinais de abertura? Estão lixados! Vamos já fazer uma conferência de imprensa a pedir para os gajos serem coerentes e amanhã já se estão todos a desdizer... Lindo!»
Meu dito, meu feito. Vejo na televisão o Miguel Portas a falar para três jornalistas numa sala vazia e penso: pronto, é o suficiente. Já lixaram esta merda outra vez! Mas porque é que não se calam? Não perceberam ainda que é bastante mais produtivo do que andar a acirrar constantemente o outro lado? Apresentar propostas que à partida toda a gente já sabe que vão ser recusadas ajuda alguma coisa? «Apanhar» os gajos a desdizer-se tem mais importância do que contar com a ajuda de um soldado no outro lado da trincheira? Não é óbvio que a partir do momento que pedem «coerência» à maioria, eles são obrigados a responder «coerentemente contra» o Bloco?
A vocês, esquerdistas empenhados que dizem não conseguir conter a «paixão e a irritação» quando falam no assunto, algumas palavras apaixonadas e irritadas: é vossa a culpa de tudo ficar na mesma.
Não acreditam? Já pensaram porque é que andam a lutar tão arduamente por uma coisa que a maior parte dos portugueses quer? Porque vocês falharam. E continuam a falhar.
COMPRAS DE NATAL II. Só para rematar: parece que os nossos conterrâneos mais rodados «na Inglaterra» também vão ao Harrods à procura «daquela» panache especial e de poder relatar a viagem-capricho aos amigos com alguma referência mais familiar. Compreende-se a intenção, mas sinceramente... o Harrods no Natal? Com quinhentos mil marmanjos em filas indianas a babarem as vitrines como se estivessem a ver as relíquias de Santo António? Caros compatriotas: deixemos a dignidade do Harrods intacta para outras alturas (até porque os preços são altos e não é bonito brincar aos europeus). No circuito mainstream a única coisa que é impensável perder é o Hamleys, a melhor loja de brinquedos do mundo (dizem eles e digo eu). As crianças que se lixem, a malta é que se diverte. De resto, se tiverem a sorte de vir curtir o frio londrino e quiserem levar saquinhos cheios, corram para os mercados (todos), para o Soho, para as lojas dos museus, para todas as pequenas lojas de cinema, design, cozinha, posters ou o diabo a quatro. É fácil encontrar isto tudo. Basta ler os jornais, comprar a Time Out e não pedir conselhos à recepção do hotel.
COMPRAS DE NATAL. Passeio pelas ruas comerciais da city e ouço falar mais português do que é normal. Ou seja, o tuga imune à crise resolveu vir fazer as comprinhas de Natal ao país civilizado. O que me parece uma escolha elegante, naturalmente. Só não percebo é porque é que se dão ao trabalho de gastar tanto dinheiro na viagem para depois se enfiarem na Habitat e na Zara (palavra de honra que é verdade, eu vi!). Serão os sacos? Os empregados? Os preços não são certamente. E a estupidez não bate assim.
terça-feira, dezembro 16
MEDIA. O Pedro já o tinha dito e eu assino por baixo. Os textos do Guerra e Pas sobre jornalismo são uma escola e deviam ser publicados com urgência. É claro que a maior parte dos membros da classe atira-se ao ar com esta ideia, porque não gostou de se ver retratado numa das muitas críticas do PBM. Eu próprio, devo dizer, acho que a paróquia que conheço melhor saiu bastante desfigurada num dos textos. Mas isso é o que menos interessa. A «escola» do Guerra e Pas está no registo criativo na análise dos media, coisa absolutamente inédita entre nós. A recente classificação de colunistas é um dos melhores exemplos (com a devida vénia ao autor, confesso que até já passei o colunista-camarada e o colunista-insistente para papel). Tudo meio a brincar, mas muito a sério. O importante, por isso, nem é encadernar o blogue. É encadernar as ideias e a escrita do Pedro. Se não for por nós, os admiradores, ao menos pelos desgraçados dos estudantes de comunicação, que continuam a definhar com as teorias apocalípticas da escola francófono-dependente. É preciso dizer-lhes que o mundo real existe.
domingo, dezembro 14
SADDAM II.Tento, mas não consigo responder. Quem será mais ridículo? Canhotos mentais que relativizam momentos históricos como este (pondo-se a falar de marketing político ou dos trejeitos americanos como se fossem atentados aos direitos humanos); ou destros fundamentalistas para quem a guerra ficou um «bocadinho» mais legitimada e que estão mais excitados (é o termo) com a derrota da esquerda do que com a prisão do carrasco? Ponham os olhos neste texto.
sexta-feira, dezembro 12
JPP. Deixei de ler as crónicas de José Pacheco Pereira quando li, há dois anos, o ataque mais escabroso que se pode fazer a um jornalista. Fiz por esquecer os termos exactos que o eurodeputado utilizou nesse texto, porque achei - como ainda acho - que não vale a pena discutir insinuações, muito menos quando as mesmas partem de pressupostos errados. E acontece que eu sabia que os pressupostos estavam errados, pelo simples facto de ter presenciado os acontecimentos que o político resolveu fantasiar. Para agravar tudo isto, o tema em causa era a «antiglobalização», mais particularmente a célebre manifestação contra o G8 em Génova. Ou seja, um dos assuntos que é praticamente impossível discutir na nossa praça - antes de poder provar a seriedade jornalística da pessoa que JPP quase rotulou de activista (esclareço que não era eu) já tinha o desdém dos fanáticos de direita e a total solidariedade dos fanáticos de esquerda. Desisti, portanto. De discutir e de ler Pacheco Pereira. Porque nesse momento percebi que tudo aquilo que tinha lido e respeitado (no colunista) podia estar assente nesse mesmo nada. Ou em paixões políticas que, não sendo idiotas, não deviam servir para enxovalhar quem as não tem.
A última crónica de JPP no Público é um regresso feliz ao registo que eu gosto. Carrego no eu porque sei que esta opinião decorre exclusivamente desta experiência pessoal. Mas se isso interessar a alguém, é este JPP que admiro: com visão, background e (boa) cultura política.
A última crónica de JPP no Público é um regresso feliz ao registo que eu gosto. Carrego no eu porque sei que esta opinião decorre exclusivamente desta experiência pessoal. Mas se isso interessar a alguém, é este JPP que admiro: com visão, background e (boa) cultura política.
MÚSICA. Devem estar aí a rebentar as listas e as votações para os discos do ano. Como estou arredado do circuito eleitoral, aproveito o espaço desta freguesia para mandar alguns bitaites pessoais. Nos internacionais, Moloko e Goldfrapp. Indiscutivelmente, digo eu, estão em grande. Muse foi assim-assim; Blur não foi mau de todo. Também achei piada a Damien Rice, mas ainda não ouvi tudo. Nos Nacionais: fado, fado, fado. Escolham o que quiserem. Eu ainda não tenho cultura para tanto, mas já estou a fazer por isso. Espero é que não seja da idade...
PS: Por falar em Miss Goldfrapp - há dias a senhora elegeu Lisboa entre as três cidades onde mais gostava de cantar, juntamente com Barcelona e Berlim. O que é bonito, convenhamos. Sobretudo porque foi publicado num jornal inglês e Londres aparecia no último lugar das preferências. O que até a mim me pareceu injusto, já que o sítio que a menina Alison normalmente escolhe quando vem aqui à capital é a Union Chapel. Uma pequena igreja do século XIX, em Islington, onde se pode ouvir música a sério com um copo de vinho tinto pousado no missal. Divino!
PS: Por falar em Miss Goldfrapp - há dias a senhora elegeu Lisboa entre as três cidades onde mais gostava de cantar, juntamente com Barcelona e Berlim. O que é bonito, convenhamos. Sobretudo porque foi publicado num jornal inglês e Londres aparecia no último lugar das preferências. O que até a mim me pareceu injusto, já que o sítio que a menina Alison normalmente escolhe quando vem aqui à capital é a Union Chapel. Uma pequena igreja do século XIX, em Islington, onde se pode ouvir música a sério com um copo de vinho tinto pousado no missal. Divino!
TERREIRO Revela hoje O Independente que alguns ministérios vão deslocar-se do Terreiro do Paço para a antiga Feira Popular, em Lisboa. Caso se confirme, esta é uma oportunidade perdida para recuperar algumas áreas da capital. Os ministérios, se forem construídos de raíz, podem incorporar serviços adminstrativos hoje distribuídos por vãos de escada e armazéns. Mas são também pólos de renovação urbana e dinamismo económico. Paris tem um caso que merece ser ponderado: o ministério das Finanças, em Bercy, aliado à contrução da Biblioteca Nacional, do outro lado do rio, lideraram uma recuperação destas áreas que, sem ser consensual, tinha um objectivo sério: o reequilíbrio da cidade e a restauração de uma zona industrial em decadência. Além disso, deve-se dessacralizar a ideia que temos dos ministérios e torná-los mais práticos, como o ministério da Ciência francês, que nas suas instalações vetustas inclui uma piscina e salas de ginástica acessíveis aos cidadãos. Lisboa tem inúmeras zonas que precisam de equipamentos para estimular a sua recuperação. E nem é preciso ir longe para ilustrar esta estratégia: o Parque das Nações, um dos cartões de visita de Portugal, teve, embora noutro contexto, o mesmo efeito. Prevendo que do projecto ao terreno vão decorrer longos anos, espero que se reflicta bem nesta decisão e nos benefícios que pode trazer no futuro. E que não se resuma a um exercício de ostentação política ou pessoal.
quinta-feira, dezembro 11
MARKETING POLÍTICO A polémica com a Fundação Minerva trouxe aos olhos deste estrangeirado, privados das televisões portuguesas há largas semanas, o novo look do ministro Morais Sarmento. Se nos lembrarmos que Marcelo Rebelo de Sousa e o António Guterres raparam a pilosidade facial em fases cruciais do seu percurso político, esta era a prova que faltava: não são os lugares de topo que Sarmento almeja. Ou então a moda virou.
NINGUÉM EXPLICA Dizia JPP, num post de 10/12 intitulado “O Governo tem que explicar melhor as suas políticas" que este é um "falso problema. O governo tem é que governar melhor, não 'explicar melhor'. As boas políticas explicam-se a si próprias e as políticas impopulares têm sucesso quando os seus autores têm credibilidade. As pessoas torcem o nariz, protestam, mas, ou acreditam nos governantes ou não. Não há marketing que, a prazo, transforme uma má política numa boa, nem 'explicação' que substitua a confiança."
A sua lógica é correcta: um país bem governado não questiona os decisores. Mas ela não isenta o governo de se esforçar em explicar aos cidadãos porque toma esta opção e quais eram as alternativas. As políticas são normalmente um produto do equilíbrio entre os princípios ideológicos dos governantes e os contrangimentos que estes encontram na sua actividade. E o governo tem a obrigação de esclarecer porque tomou esta direcção, por que é que entende que ela é melhor para o país. Infelizmente, a maior parte das dúvidas e protestos resultam da ignorância - e exactamente aqui o governo tem um papel de explicador. Tem de usar a pedagogia que não aplica precisamente nos textos dos decretos publicados no Diário da República. Finalmente, também discordo da última frase; o marketing é capaz de tudo, principalmente em política.
Por sua vez, o jmf diz que "o problema é que, muitas vezes, se as medidas fossem bem explicadas o povo ainda ficava mais zangado com o governo." Talvez. Eu arrisco.
A sua lógica é correcta: um país bem governado não questiona os decisores. Mas ela não isenta o governo de se esforçar em explicar aos cidadãos porque toma esta opção e quais eram as alternativas. As políticas são normalmente um produto do equilíbrio entre os princípios ideológicos dos governantes e os contrangimentos que estes encontram na sua actividade. E o governo tem a obrigação de esclarecer porque tomou esta direcção, por que é que entende que ela é melhor para o país. Infelizmente, a maior parte das dúvidas e protestos resultam da ignorância - e exactamente aqui o governo tem um papel de explicador. Tem de usar a pedagogia que não aplica precisamente nos textos dos decretos publicados no Diário da República. Finalmente, também discordo da última frase; o marketing é capaz de tudo, principalmente em política.
Por sua vez, o jmf diz que "o problema é que, muitas vezes, se as medidas fossem bem explicadas o povo ainda ficava mais zangado com o governo." Talvez. Eu arrisco.
LES BITALES Falando de rádio: para além de desconhecer a maioria das músicas que rodam nas ondas hertzianas francesas - por opção, a minha cultura de música comercial foi sempre limitada -, o desafio aumenta quando o locutor tenta apresentar o grupo ou artista anglo-saxónico com o sotaque especial que caracteriza este povo.
SONS. Como podem ver, acrescentei uma chamada para estações de rádio nos links aí do lado. A lista é pequena, para já, porque é difícil separar o trigo do joio no meio de tanta playlist e estação banha da cobra. Começo pois com a inevitável TSF (ligação directa à emissão); a XFM britânica (que inspirou a nossa velhinha Xis e continua sensacional); a BBC4 (para os senhores da rádio ouvirem e copiarem o que puderem); e a WBGO, com fantástico jazz americano (que é, afinal, a razão que me levou a fazer isto. Obrigado André). Quaisquer sugestões são bem vindas, mas entendamo-nos: a gerência reserva-se ao direito de admissão.
quarta-feira, dezembro 10
RODINHA DANÇANTE. É uma das facetas mais originais do homolusos e, injustamente, uma das que menos atenção tem merecido por parte dos nossos antropólogos: a «rodinha dançante». Como sabem os mais versados nos temas noctívagos, a rodinha (como é vulgarmente conhecida) é um consagrado ritual espontâneo que esta espécie põe em prática sempre que se aproxima de uma pista de dança. Apenas três elementos são necessários para dar início ao fenómeno, mas é de admitir que o grupo aumente até às duas dezenas, consoante o grau de amizade ou parentesco entre os presentes. No que diz respeito ao comportamento, há um conjunto de normas tacitamente aceite entre os jovens homolusos, que obriga cada um deles a assumir uma postura vigilante em relação aos seus pares. Assim, uma ida mais prolongada ao bar, uma conversa com algum outsider, ou mesmo um olhar que ultrapasse o diâmetro estabelecido, será sempre alvo de um comentário correctivo.
A experiência de estrangeirado permite-me agora acrescentar que o ritual está de tal forma impregnado nas gerações mais novas que as próprias comunidades homolusas espalhadas pelo mundo mantêm-se firmemente ligadas à tradição. O que demonstra um grande arrojo, obviamente, já que ninguém mais se poderia lembrar de tal coisa.
A experiência de estrangeirado permite-me agora acrescentar que o ritual está de tal forma impregnado nas gerações mais novas que as próprias comunidades homolusas espalhadas pelo mundo mantêm-se firmemente ligadas à tradição. O que demonstra um grande arrojo, obviamente, já que ninguém mais se poderia lembrar de tal coisa.
INTERNET 169 países estão representados na Cimeira Mundial da Sociedade de Informação em Genebra. Na agenda está a redução da diferença no acesso à Internet entre países do Norte e do Sul - ou seja, ricos e pobres. O Libération faz a sua antevisão: L'Internet mondial se réunit pour accoucher d'une souris.
ECONOMIA vai recuperar graças ao Natal. Os finais de tarde nas Fnacs são um pesadelo. Nas prateleiras multimédia, colectâneas e packs de CD e DVD convidam ao consumo. Na secção dos livros, as pessoas pegam quase sem olhar. No andar dos aparelhos electrónicos, os leitores de DVD estão empilhados em caixas, que as pessoas agarram como se fossem pacotes de rebuçados. Eu consegui escapar-me com um tinteiro para a impressora, mais barato 10€ que na loja aqui do bairro.
terça-feira, dezembro 9
segunda-feira, dezembro 8
NATAIS ORIGINAIS. Enjoam-me profundamente as campanhas de solidariedade que a nossa comunicação social inventa nesta altura do ano para dar um ar da sua graça social. Desde aquelas festas fossilizadas para desgraçadinhos de prisões e hospitais, até aos miserabilistas peditórios «Ajude porque é natal e portanto pronto, é bom», é tudo muito pobre. Por isso, qual parolo (outra vez), fiquei deslumbrado com a campanha de Natal do Independent: um leilão com a prata da casa. Ou seja, para juntar umas massas, o jornal vende aos leitores um conjunto de lotes, cujo único valor é poder conhecer, trabalhar ou acompanhar alguns dos funcionários e colaboradores da empresa. Exemplos: Viajar por todo o país com o famoso globetrotter de viagens, Simon Calder; convidar os amigos para um jantar em casa que o especialista em gastronomia irá fazer in loco; acompanhar o especialista de vinhos a uma prova de degustação; ter um cartoon pessoal feito pelo cartoonista Dave Brown; acompanhar um dos críticos de música a um concerto, com passagem pelos bastidores etc, etc, etc. Há mais de 30 lotes e todos eles rendem umas boas centenas de contos que vão direitinhos para uma instituição de caridade. Haverá sempre «contingências» e um «contexto próprio» que tornam estas coisas impraticáveis no nosso páis. Mas que são giras são. E têm uma grande vantagem: dão dinheiro.
sábado, dezembro 6
VÉU ISLÂMICO O presidente Chirac rejeitou ontem a ideia de discriminação positiva a favor dos imigrantes avançada pelo ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, que levou assim um bigode do seu superior. A discussão faz-se a propósito da comunidade magrebina e do uso do véu islâmico na escola. Chirac ainda não se pronunciou sobre o desejo da direita e dos socialistas de criar uma lei que regule os sinais religiosos nos estabelecimentos de ensino e proteja a laicidade da Educação e da República. Pessoalmente, sou contra esta forma de discriminação das mulheres muçulmanas - que devem poder, se o desejarem, usar o véu, mas sem que isso as ilibe de frequentar as aulas de ginástica e os estudos como os restantes alunos. Não tem necessariamente de ser uma afirmação política, como afirmam alguns políticos. Nesse caso, que se diria se as jovens portuguesas resolvessem deixar crescer os pêlos para reivindicar os direitos dos tugas, que são a maior comunidade estrangeira em França? Incluiam o direito à depilação na Constituição? Portuguesas, insurjam-se! Em nome de todos os portugueses, queimem as gillettes e deitem fora as cêras! E assumam o buço lusitano!
POSTAL DEFICIENTE Um leitor - e bastou um - chamou a atenção para a incorrecção do postal sobre os deficientes. Dou-lhe obviamente razão: a paralisia cerebral provoca problemas motores que torna estas pessoas beneficiárias da eliminação das barreiras arquitectónicas nos edifícios e espaço urbano. E que não deve ser confundida com a deficiência mental. O comentário foi discriminatório. Uma graçola própria de conversa de café. Infelizmente, este bloguista nem sempre é reflectido nem politicamente correcto.
quinta-feira, dezembro 4
OBITUÁRIOS. Ocupam duas, três páginas dos jornais ingleses. Todos os dias. Textos compridos, invulgarmente compridos, prestam homenagem a vidas que nos parecem sempre notáveis. Às vezes são assinados, outras vezes não, mas são sempre bem escritos. Impecavelmente escritos. Talvez seja isso, talvez seja uma estranha vontade de me associar ao respeito por alguém (que na maior parte dos casos nunca ouvi falar), talvez seja a curiosidade de saber quem é o homem ou a mulher a que um jornal oferece tanto espaço sem cometer a ousadia de pedir um anúncio em troca. Sinceramente, não sei. Sei que é frequente dar por mim a meio de uma destas prosas. Estou inclinado a pensar o melhor de mim, como é óbvio: que leio por achar que se deve dar tempo às últimas homenagens. Imagino também que isto explique a vontade dos outros leitores em fazer o mesmo. E a coragem dos jornais em abdicar de tanto espaço publicitável. Os nossos não o fazem e é pena. Sobretudo porque é um gesto bonito. De honra.
DEFICIENTES Santana Lopes afirmou ontem a prioridade da autarquia que preside em eliminar as barreiras arquitectónicas nos edifícios lisboetas que prejudicam o movimento dos deficientes motores. Bravo. Deixemos de lado o facto de estarmos a três semanas do final do ano Europeu das Pessoas com Deficiência. O que me intriga é que foi feito um acordo com a Associação de Paralisia Cerebral. Com todo o respeito: neste caso, estamos a falar de que barreiras?
POSTIGA. Finalmente, o puto marcou um golo. O que não sendo muito para ele, para mim ajuda bastante. O dicionário futebolístico desta gente, no capítulo português, começava em F, de Figo, e acabava em R, de Ronaldo. Com a agravante deste último ser conhecido por «white boots man», o que... enfim! Cada um tira as conclusões que quiser. O que interessa é que agora vão ao P, de Postiga. E de Porto, se não se importam. Porque a malta do Norte é assim: não esconde o orgulho dos seus.
CANAL SOS Vi dois minutos do canal SMS, que substitiu a Sic Notícias na internet. Se calhar não fiquei tempo suficiente para formar uma opinião sustentada e justa, mas aquilo é mesmo uma m****, não é? Admira-me que demore um ano para compensar o investimento, como disseram os responsáveis da PT. Ou melhor, fico espantado se aquilo durar um ano.
quarta-feira, dezembro 3
PASOLINI Ontem fui ver Comizi d'amore, um documentário de 1965 do Pier Paolo Pasolini. É fácil resumir: de norte a sul, de microfone em punho, foi perguntando a miúdos e graúdos, homens e mulheres, operários e intelectuais, o que pensam da sexualidade, do casamento, do divórcio. As respostas são cómicas, próprias de uma sociedade fechada e religiosa. Episódios: um miúdo garante que é a cegonha que traz os bébés e é Deus que os põe no cesto ao lado da mãe - porque a cegonha não tem mãos. Um agricultor que acha que a mulher deve ter menos direitos que o homem "não é preciso muito, só um bocadinho, não muito, só um bocadinho". A jovem que se atira ao realizador e depois diz que é tímida. O adolescente sardento que diz resolutamente que a família é a base da sociedade e que o sexo não lhe interessa, que é secundário. E um Pasolini provocador com questões sobre os "invertidos sexuais", sendo ele próprio homossexual. No final, temos um breve retrato da Itália dos anos 60, onde também intervêm Alberto Moravia e Oriana Fallaci. Irreconhecível hoje, annus Berlusconnis, em que a televisão explica tudo, tintin por tintin. Faltou uma questão: o aborto.
CORTE DE CABELO Não páro de olhar para o espelho. Hoje fui à tosquia e confirmou-se a habilidade do meu barbeiro. É certo que não existe a mesma empatia que partilhava com o velho Cruz, do jardim de Sacavém. Não troco palavra com o senhor e no final pago 15 euros, o triplo do que pagava em Portugal. Mas aqui é mais difícil sair da cadeira com pente zero, como aconteceu certa vez. Outra diferença: por cima do chapeleiro não estão Ginas nem Tânias mas uma mini-colecção de BD.
MITOS. Leio um anúncio imobiliário de «fantásticos apartamentos perto de Londres a preços excepcionais». Nem sequer no centro da cidade, portanto. As fotografias parecem-me razoáveis, mas não mais que isso. Detenho-me alguns segundos a olhar para o preço. «A partir de 200.000 libras», ou seja, qualquer coisa como 90 mil contos. Por um belo T1 nos arredores! Depois disto é inevitável pensar na alarvidade apregoada por muita gente que vive nos melhores bairros da nossa terra: «É o metro quadrado mais caro da Europa». É, então não é... Quadradas são as ideias.
ABORTO. É difícil livrarmo-nos de raciocínios apriorísticos quando falamos de temas tão delicados. Consoante o lado político, social ou religioso, já escolhemos um lado da barricada e somos obrigados a defendê-lo com duas pedras na mão. Afinal, é a nossa própria concepção de vida que está em causa. Por isso respeito quem consegue ultrapassar o cinismo (o expediente comum de todos os ignorantes) e tem a coragem de fazer assentar a poeira para que se vejam todos os argumentos. Foi isso que o Barnabé e o Comprometido Espectador fizeram nestes últimos dias. Começaram por onde todos começam, mas acabaram numa das mais interessantes discussões sobre o Aborto. E assim convenceram-me que os blogues valem a pena.
BOMBEIRO MORTO, BOMBEIRO POSTO. Pelo menos uma dúzia dos bombeiros nova-iorquinos que sobreviveram às chamas e às derrocadas do 11 de Setembro resolveram deixar as respectivas mulheres. Motivo: foram dar consolo às viúvas dos que tiveram menos sorte. Notável! Não há como ler os bons tablóides para saber as boas histórias.
NAVALÊS. Imagino como o vocabulário mundano tem melhorado substancialmente graças às muitas misérias que nos preenchem os dias. Primeiro foi o léxico jurídico com os «habeas corpus», as «memórias futuras» e afins expedientes penais. Agora entramos num terreno ainda mais desconhecido: a linguagem naval. Mais um petroleiro na costa e os jornais já se dão ao luxo de falar no «alerta provocado por novo monocasco». Monocasco que, como toda a gente sabe, é... aquele tipo de... casco.... mono... Enfim, toda a gente sabe!
terça-feira, dezembro 2
INTERVALO no anti-americanismo: ultrapassando um pouco as fronteiras francesas, sobrevoando Portugal e o Atlântico até Nova Iorque, registo tardiamente a inauguração, no domingo, da praça Joey Ramone, na esquina da 2nd Street com a Bowery, em Manhattan. Para aqueles que desconhecem os Ramones, só o posso lamentar.
CONFESSO que nunca li um livro do Harry Potter. Vi o primeiro filme e achei aborrecido. Mas quando tiver filhos não me importo de incentivar esta febre de ir comprar o novo e mais recente capítulo às tantas da noite. Hoje, aqui em Paris, várias livrarias vão estar abertas, vão recriar nos espaços em frente cenários das histórias e vão ter animações durante a noite. É nestas alturas que eu aprecio uma grande capital. Aqui tudo é em grande porque o número de pessoas assim o justifica. Será que se vai passar alguma coisa lá em baixo?
TÍTULOS do Libération são uma inspiração: Le neveu de Disney fait un départ animé. Ou ainda Hugo Chavez s'accroche à son siège éjectable. Anglófilos, beat this!
segunda-feira, dezembro 1
DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA A SIDA demasiado asséptico. Fotografias de crianças a sorrir, debates de especialistas, responsáveis de instituições e ONG e ministros, acrobacias de aritmética entre milhões de doentes e milhões de dólares. Nem um testemunho de um doente, de avó de criança seropositiva ou de um recém-contagiado. Vinte e tal anos depois, acho que ficaram pelo assessório e se esqueceram do essencial: o sofrimento das pessoas e as vidas vividas a conta-gotas.
Gado no Daily Nation (Quénia).
SPECTATOR. Para todos os anti-americanos que juram a pés juntos o seu amor aos Estados Unidos. O teste está aqui. Garanto que é tempo bem gasto.
EU AVISEI.... que a Big Conversa inventada pelos trabalhistas tresandava a manipulação. O que não esperava, confesso, é que o Telegraph desmontasse a coisa tão rapidamente. Dois dias depois de a campanha arrancar, já tinham enviado um punhado de mails com ataques violentos às principais políticas do governo inglês. A resposta, claro, foi nenhuma. Os ditos mails foram olimpicamente ignorados pelos gestores do site que nem se dignaram a explicar porquê. E o pior nem é isto. O Telegraph conseguiu falar com algumas das primeiras pessoas que participaram no inquérito. Resultado: «tiraram a parte em que eu acusava o ministro...»; «não vejo as minhas palavras sobre a guerra do Iraque...»; «omitiram todas as opiniões sobre política externa...». Enfim... a democracia participativa no seu melhor.
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