segunda-feira, novembro 24

TABACARIA Em 2004, em França, um maço de tabaco vai custar cerca de cinco euros, mais 50 por cento do que há um ano. É evidente que isto é dinheiro em caixa para tapar o défice público. Porém, há aqui um encorajamento aos fumadores para deixar o vício, um objectivo meritório do governo francês aplaudido pelos especialistas e pela oposição. Toda? Não! Os oportunistas da extrema-direita do Le Pen estão a colar-se à polémica para ganhar eleitorado. É que os vendedores de tabaco não estão de acordo - manifestam-se hoje em Paris - com os sucessivos aumentos de preço e queixam-se da súbita descida das receitas. Muitos receiam ter de fechar e aqueles que estão junto às fronteiras desesperam porque os clientes vão comprar mais barato ali ao lado. E alertam para o aumento do contrabando. Uma sondagem publicada hoje mostra que a maioria dos franceses está ao lado destes profissionais. O cenário completa-se com as eleições regionais no horizonte e as vozes do próprio partido do governo (UMP) a temer as consequências desta medida, tendo em conta a importância do "líder de opinião" que é o senhor da tabacaria. Pronto, o governo lá anuncia o congelamento dos impostos para este sector durante quatro anos, promete subsídios para os mais afectados e reforça as medidas de segurança contra os assaltos aos depósitos de tabaco. Mas parece que não chega.
A propósito, alguém tem um cigarrinho para rematar o gozo de um observador não-fumador?

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