sexta-feira, novembro 21

CARRILHOMANIA. Primeiro, a confissão: durante alguns anos admirei o trabalho académico do professor Carrilho. Calma, calma... eu sei que ele é tudo isso, mas deixem-me explicar! O homem era o único português que se dedicava, de uma forma séria, ao estudo dos autores pragmáticos americanos. E aqui, acredite quem quiser, está a chave da convergência entre a produtividade protestante e o espírito do sentimentalismo latino. Adiante. Só lhe conheci a cara quando o excelso professor se juntou ao primeiro governo de Guterres que, como se recordarão os mais novos, liderava o único partido português em 1995 (entretanto também já extinto). A partir daí foi o que se viu. A arrogância e a vaidade, em Carrilho, não são defeitos, são genes. Nem vale a pena insisitir no que toda a gente sabe, mas vale a pena ver isto. Foi-se a noção do ridículo! É Carrilho frente ao espelho perguntando se há mente mais brilhante que a dele. Com os «meus» melhores textos, as «minhas» melhores intervenções, o «meu» currículo genial e, tristeza das tristezas, as «minhas» melhores poses - eu a ler, eu com o lápis na boca, eu na biblioteca, eu com um ar compenetrado... eu, intelectual. Agora perguntam-me vocês: mas se tu emigraste, porque é que ainda te dás ao trabalho de ver estas merdas? Não sei...

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