JACQUES CHIRAC faz hoje 71 anos. O número está cada vez mais próximo dos mais de 80 por cento com que foi eleito no ano passado à custa da esquerda, que teve de usar luvas e tapar o nariz para humilhar Jean-Marie Le Pen. Curioso que tenham sido dois "dinossauros" a disputar a segunda volta. Mas tudo isto faz sentido porque durante a campanha, o jovem Lionel Jospin, que não vinha com um balanço de governação brilhante, decidiu atacar o seu velho rival por este prisma, dizendo que lhe faltava energia e estava "envelhecido, usado".
Gaffe total, com consequências imediatas nas sondagens e mais tarde nas urnas: os reformados nunca lhe perdoaram. Esta semana, a idade de Chirac volta à baila, não só pelo seu aniversário mas também porque uma fotografia do
Paris-Match confirmou que o presidente francês usou um aparelho auditivo, e que, portanto, tem problemas de audição. A aparentemente pequena "deficiência" não tem a mesma dimensão que a doença fatal de Miterrand. E não implica que as suas capacidades estejam afectadas. É apenas uma prova do curso natural da vida. E em França, que se saiba, ainda não se inventou a poção da eterna juventude.
PS: Este senhor não tem o mesmo significado de Mário Soares (MS) em termos de combate político, mas regista-se o longo percurso que culminou no topo da hierarquia institucional francesa. Mas eis que, a três anos das eleições presidenciais, alguns chiraquistas insistem na ideia de um novo mandato, o terceiro, que é permitido em França, ao contrário do que sucedeu há alguns anos em Portugal a propósito de MS. Mas é também do seu partido que também saem os críticos: o ministro Nicolas Sarkozy, o mais popular do governo e o que tem mais hipóteses de lhe tirar a cadeira.
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