terça-feira, novembro 18
SONDAGENS. O Guardian conseguiu provar hoje aquilo que parecia impossível. Quando o país inteiro, senão o mundo inteiro, julgava que os ingleses estavam muito chateados com o seu primeiro-ministro e odiavam o presidente americano, uma sondagem do prestigiado jornal veio «provar» exactamente o contrário. Ou seja, que, afinal, a maior parte dos ingleses continua a apoiar a guerra, gosta muito de Blair e, se pudesse, até dava duas beijocas no presidente americano. Há um dado, no entanto, que faz com que esta sondagem me dê comichão: a pergunta. Depois de ouvir as televisões citarem o inquérito e dizerem que «mais de 60 por cento dos ingleses apoiam os Estados Unidos incondicionalmente» [Sky News] fiquei tão surpreendido que fui ler o jornal. Fiquei então a perceber que, para chegar a esta conclusão, o jornal deu duas hipóteses às cobaias: A) «De uma forma geral, os Estados Unidos são uma força do bem e não do mal no mundo»; ou B) «Os Estados Unidos são o Império do Mal no mundo». De surpreendente, a resposta passou a lógica.
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