segunda-feira, janeiro 26
WEBCAM Foi a loucura. Ano e meio depois de ter voltado a Lisboa, um camarada da resistência parisiense comprou uma câmara e lançou a inveja. Fomos nessa, claro. A primeira videoconferência resultou na perfeição e repetimos, a solo e em grupo. Mesmo depois de passada a novidade, continuávamos a gostar de falar uns minutos por dia, à noite, só para matar saudades, para trocar umas receitas ou para dar as últimas do futebol ou da política. A coisa correu sempre tão bem que decidimos marcar um jantar. Um casal de cada lado, de câmara ligada, mantivémos o costume antigo e enquanto uns trataram do prato principal os outros ocuparam-se das bebidas. Quando ligámos o programa, a carne ainda estava no formo, por isso fomos beberricando umas cervejas e fazendo as graçolas de sempre. Quando fomos para a mesa, já estávamos tocaditos. A troca de galhardetes continuou. A fechar o jantar veio o café e a mousse de chocolate da praxe, que fomos digerir para o sofá, onde os temas de conversa são mais sérios e íntimos. A música estava boa, a cerveja e a aguardente continuaram a animar até que decidimos perder o último Metro e aproveitar estes momentos, que a distância tornou mais raros. A cavaqueira continuou até tarde e foi com o amanhecer que decidimos dormir mesmo ali no chão, em camas improvisadas, como nos velhos tempos.
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