sábado, janeiro 10
MAN WITHOUT A STAR Acho enervante quando batem palmas a meio de um set de jazz e nunca desperdicei lágrimas num filme do Lars von Trier. Mas hoje, depois de ver esta obra, tive de enxugar os olhos e retesar-me na cadeira para não me levantar, aplaudir e pedir bis. Nas mãos de King Vidor, Kirk Douglas fez o melhor filme de cowboys de que tenho memória - a par de Johnny Guitar, mas noutro estilo. O cinema foi inventado para que estes filmes existam. Temos um herói, justo, corajoso, corajoso, prudente, divertido, mulherengo, terno, heróico. Temos paisagem e contexto histórico. Temos romance. Temos humor. Temos até música. Temos, acima de tudo, um bom argumento com excelentes diálogos e magnificamente dirigido. Um acrobata no arame tem menos equilibrio. Johnny Guitar é o western em poesia. Randolph Scott e Budd Boetticher fizeram alguns dos clássicos que mantiveram o género. Man without a star é daqueles filmes em que os adjectivos se repetem e os pleonasmos não chegam.
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