quinta-feira, janeiro 8

BILL MURRAY Ontem fui ver Lost in translation, da Sofia Coppola, filha do Francis Ford - e prima do Nicolas Cage - e gostei. Mais do que do anterior Virgens Suicidas, demasiado deprimente. Sou um admirador discreto do Bill Murray e não me chocou vê-lo neste papel mais dramático, embora se reconheça com agrado um pouco da sua veia cómica e irónica em algumas cenas em que os próprios figurantes se escangalham a rir. O filme roda à volta da tensão romântica que é criada com a Scarlett "barriguinha sexy" Johansson, criando um par de americanos perdidos na imensa Tóquio e ao mesmo tempo desorientados nas suas próprias vidas. Embora os japoneses saiam um pouco tocados pelo retrato escarninho que é feito no filme, a sua excentricidade nunca conseguirá bater a dos EUA. Conclusão: óptimo filme, boa banda sonora, excelentes interpretações. Já li que Murray é um proto-candidato aos óscares, mas duvido que a influência do clã Coppola seja suficiente. Ele desdenhou: "It's a really unattractive sight to see an actor or actress who really wants an Oscar. And you often see it on the show, you see their faces and the desperation is so ugly. Desperation is not a quality I long for. I'm over the Oscar. Sometimes people win it and you think, 'This can't be true.' It's a little bit of a popularity contest, too." Pode ser dor de cotovelo para um actor que, aos 53 anos, nunca foi nomeado (não é o único) e que acaba a dizer que só se interessa em fazer filmes que as pessoas gostam de ver. Yeah, right... Pormenor: a realizadora, que é também autora do argumento, disse que escreveu a personagem para Murray e que se ele não tivesse aceite desistia do filme.

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