terça-feira, janeiro 20

COJONES. Ontem, na BBC, Tony Blair dispôs-se a ser entrevistado sobre o tema mais quente da política interna inglesa: o aumento das propinas. Não foi uma entrevista qualquer. Blair sentou-se num canto do ringue, sozinho com os seus argumentos. Do outro lado, nada mais nada menos que o mais temido peso pesado do jornalismo político britânico, Jeremy Paxman, e uma plateia de 30 pessoas composta por alunos, pais e professores, que em comum apenas tinham o ódio visceral à proposta do governo. Durante cerca de uma hora, Paxman (que é o que Margarida Marante e Manuela Moura Guedes sempre quiseram ser: um jornalista agressivo mas com uma pinta do caraças) acirrou a plateia até ao limite. E Blair, com a habilidade do melhor domador de leões, voltou a dominar a raiva na ponta da vara. Mais do que os argumentos sobre o assunto - que não diferem muito dos nossos e dos que se discutem nos restantes países europeus, calculo - o que me impressionou em tudo isto foi a coragem do primeiro-ministro. Quando é que veremos um dos nossos ilustres chefes de governo fazer o mesmo? Nunca.

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