E MAIS FUTEBOL. Há uns meses, numa breve conversa com um inglês sobre o Euro2004, perguntei-lhe como tinham corrido as coisas por aqui, em 1996. «Bem. Tirando as pessoas que viviam perto dos estádios ou que estavam directamente envolvidas na organização, quem não quis saber do assunto não soube mesmo». Em Portugal, como todos suspeitamos, isto vai ser difícil. Durante um mês, à parte do Euro, vai haver... Euro. Mas o preocupante nem é isto. Para tudo correr bem seria necessário abandonar o vício nacional do desenrascanço, que agora, por razões que me ultrapassam, está na moda elogiar. Já se viu que no que diz respeito à segurança há cursos, seminários, formação e simulações quanto baste para nos convencer que alguém se preocupa com o assunto. Se será suficiente só saberemos na altura.
Mas para que a segurança não esteja para o Euro como o défice para a economia - uma obsessão - é preciso fazer outras perguntas: as câmaras já reforçaram o pessoal para lidar com as toneladas de lixo que vai aparecer em todo o lado?; os comerciantes já providenciaram as encomendas para aproveitar o afluxo de tanta gente?; os trasportes públicos já equacionaram respostas para o acréscimo de movimento?; as mil e uma instituições de turismo já prepararam programas específicos para dar que fazer aos turistas nas semanas de intervalo entre os jogos?; os jornais e as televisões já têm equipas em número suficiente para acompanhar todas as equipas? Pois... na dúvida eu assisto de longe.
sábado, janeiro 24
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