terça-feira, janeiro 13

AO LONGE. O emigrante, como podem supôr as almas mais sensíveis, sofre muito com a falta dos valores espirituais da terra. Por isso, prefere convencer-se que nada sobreviverá à sua ausência. Até que um dia, um amigo qualquer - chamemos-lhe gajo – resolve acabar com esta doce ignorância e telefona para lhe dizer coisas como: «viste aquele Maciel? O tipo é bom pá! Temos jogador» Isto, meus amigos, parecendo que não, custa muito. Como custa aquele telefonema a meio da noite de três gajos bêbedos (ou drogados, não consigo distinguir pela linha) com este discurso perverso: «isto está muita boooom pá! Só cá fazes tu falta. Se visses como é que está a...» Também não se diz. É incómodo. E agora, pior ainda, a moda chegou aos blogues. É o Silva, que nem conheço, a falar da esplanada do Casanova e dos copos no Lux; o capitão Vitor Lazlo a puxar aquela conversa de mecânico de alças que nos alegrava as noites acidentais. Enfim. Eu um dia vingo-me.

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