quarta-feira, fevereiro 25

METAM-SE NA VOSSA VIDA. Disse-me o pai de um amigo, um dia, num encontro ocasional que serviu para conselhos de vida, que «o melhor a fazer» - assim, lato sensu - é definir um objectivo de longo prazo e ir cumprindo as suas partes. Para dar sustento às palavras, citou o proverbial Séneca Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir. Acreditei. E ainda hoje, quiçá por força de uma costela conservadora, acredito que vivem melhor os que sabem aquilo que procuram. O pior, aprendi depois, é o caminho que levamos para cumprir as partes. Aqui, a bem do bem-estar, convém ser mais liberal. Não podemos correr o risco da indecisão - mudando constantemente ou constantemente adiando a mudança -, nem tão pouco o da negação - ignorando o que nos faz ignorantes. Pensando assim, creio (espero, anseio), mudamos na hora certa. E fazemo-lo num minuto. Por mais que custe. Aos outros, claro.
«Então e aquele projecto de vida?»
«Mudou».
«Desististe?»
«Não, troquei»
Escusado será dizer que mudei, troquei um caminho. E que uma parte do cérebro resolveu passar isto a escrito para sossegar a outra. Agora vou deitá-las juntas e esperar que a reconciliação na cama tenha o efeito que se conhece. Até amanhã.

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