BOA ONDA Quando se tem um irmão mais velho, é normal que se seja influenciado pelos seus gostos e opiniões. No caso do futebol, ainda está por explicar porque abandonei o Benfica paterno para apoiar o FCP do bro - mas a escolha deu frutos. Mas na música, os motivos são mais evidentes: os meus pais nunca foram melómanos e foi ao som de bandas como Bauhaus, Joy Division, Sisters of Mercy, Cult, Pogues, Siouxsie and the Banshees, Cramps e Dead Kennedys e, claro, Xutos e Pontapés, que fui crescendo. A maior recordação é a das cassetes Basf cor-de-laranja compradas no café da rampa para gravar o Som da Frente do António Sérgio no nosso gravador de deck único mas com duas antenas! Muitos quilómetros de fita leu aquele gravador. Perdoem este momento de nostalgia, mas é impossível não fazê-lo quando escuto o disco dos Nouvelle Vague, um projecto de Marc Collin e Olivier Libaux, que põe ritmos pop e bossa nova a temas como "Love will tear us apart", dos Joy Division, "This is not a love song", dos PIL, "Marian", dos Sisters of Mercy ou "Too drunk to fuck", dos Dead Kennedys. Os ritmos são diferentes, as vozes femininas adocicaram as letras mais rudes e depressivas, o espírito não é o mesmo, mas as músicas ainda mexem. E para os mais novos ou aqueles para quem nada disto faz sentido, oiçam a versão que as Cibo Matto fizeram de "About a girl", dos Nirvana. O efeito deve ser o mesmo.
quarta-feira, junho 2
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1 comentário:
Ai seu eu tivesse um filho assim! Trocar as boas influências paternas por um desvario de um irmão!
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