segunda-feira, junho 28
quarta-feira, junho 23
terça-feira, junho 22
domingo, junho 20
sexta-feira, junho 18
Mas adiante. Foi-se a Tânia, veio a Nádia. A bela Nádia, também ela portuguesa e muito orgulhosa disso (como não podia deixar de ser), nasceu na Madeira e lá viveu até aos 19 anos, que foi quando se mudou para a Inglaterra. Depois de passar por alguns biscates suspeitos – o típico «Trabalhei numa boutique...» –, conseguiu ser escolhida para a nova edição inglesa do Big Brother. «Um sonho tornado realidade», bolsou a rapariga.
No início do programa, a Nádia era só mais uma labrega no meio dos outros labregos todos. Isto, claro, até se saber que a Nádia, afinal, era o Fernando. Pois é... Daquilo que mostrou ao grande público, portanto, a única coisa verdadeira parecia ser o apelido, Almada (que mesmo assim, convenhamos, é tão adequado que eu apostava ser uma alcunha). Até aqui tudo suportável. A malta é liberal, finge que não se chateia por o único transsexual que passou pela tv inglesa ser um português e agradece a Deus por haver um campeonato de futebol a rotular o país.
O chato é que a Nádia, ou Nando, ou o raio que o parta, resolveu mostrar um bocadinho do nosso temperamento e vai disto meteu-se à trolha dentro da «casa». Estalo para cá, insulto para lá e, imaginem, a Nádia Almada, transsexual da Madeira, ficou com fama de desordeira e ordinária. Ora isto, tratando-se de uma minoria sexual, é, como todos sabemos, ilegal. Num país que se quer civilizado, um homem com tetas é uma vítima da sociedade e tem o direito a exprimir-se como quiser. Por isso dizemos: Força Nádia! A comunidade está contigo.
quarta-feira, junho 16
terça-feira, junho 15
segunda-feira, junho 14
domingo, junho 13
sábado, junho 12
sexta-feira, junho 11
quarta-feira, junho 9
segunda-feira, junho 7
sábado, junho 5
quinta-feira, junho 3
quarta-feira, junho 2
BOA ONDA Quando se tem um irmão mais velho, é normal que se seja influenciado pelos seus gostos e opiniões. No caso do futebol, ainda está por explicar porque abandonei o Benfica paterno para apoiar o FCP do bro - mas a escolha deu frutos. Mas na música, os motivos são mais evidentes: os meus pais nunca foram melómanos e foi ao som de bandas como Bauhaus, Joy Division, Sisters of Mercy, Cult, Pogues, Siouxsie and the Banshees, Cramps e Dead Kennedys e, claro, Xutos e Pontapés, que fui crescendo. A maior recordação é a das cassetes Basf cor-de-laranja compradas no café da rampa para gravar o Som da Frente do António Sérgio no nosso gravador de deck único mas com duas antenas! Muitos quilómetros de fita leu aquele gravador. Perdoem este momento de nostalgia, mas é impossível não fazê-lo quando escuto o disco dos Nouvelle Vague, um projecto de Marc Collin e Olivier Libaux, que põe ritmos pop e bossa nova a temas como "Love will tear us apart", dos Joy Division, "This is not a love song", dos PIL, "Marian", dos Sisters of Mercy ou "Too drunk to fuck", dos Dead Kennedys. Os ritmos são diferentes, as vozes femininas adocicaram as letras mais rudes e depressivas, o espírito não é o mesmo, mas as músicas ainda mexem. E para os mais novos ou aqueles para quem nada disto faz sentido, oiçam a versão que as Cibo Matto fizeram de "About a girl", dos Nirvana. O efeito deve ser o mesmo.
terça-feira, junho 1
Quem disse que o futebol não é uma forma de promover o País - e se pensarem bem vão lembrar-se de muita gente que vomitou essa alarvidade - devia pensar seriamente em passear-se na rua com um cartaz ao peito e um chapéu de cone. As provas são estas. Graças ao futebol, Portugal é muito simplesmente o País mais falado em Inglaterra e, suponho, em muitos outros países civilizados.
Para um país atulhado de estrume político e judiciário até ao pescoço, convenhamos que não é nada mau.