segunda-feira, maio 31
VERÃO ESTRANGEIRADO. «Fizz limão» e «Sumol de Ananás». As primeiras opiniões dos nossos leitores sobre a mudança de template, que aqui aproveito para agradecer, reflectem o espírito da equipa da casa. Atento às novas tendências, a Estrangeirados S.A. decidiu, de facto, investir numa imagem inovadora. Aos nossos criativos pedimos uma imagem fresca, arejada, saltitante, verdejante e bem disposta. Qualquer coisa, portanto, próxima dos atributos de um penso higiénico, mas com uma capacidade de absorção intelectual. E assim, de Londres e Paris para todo o mundo lusófono, eis que surge a colecção Estrangeirado Summer/2004. Esperemos que goste.
ESPANTO Em França há um movimento político presente nas eleições francesas que defende a implementação do esperanto como lingua única na UE, acreditando que isso pode favorecer a democracia e a participação de todos os cidadãos europeus. Perante o sério perigo desta candidatura e de a ideia alastrar, aconselham-se os candidatos portugueses a procurarem aqui vocabulário apropriado para continuarem as respectivas campanhas.
LONDON, LONDON. E agora, para comemorar o restyling, Caetano.
I'm wandering round and round nowhere to go
I'm lonely London, London is lovely so
I cross the streets without fear, everybody keeps the way clear,
I know, I know no one here to say hello
I know they keep the way clear, I am lonely in London without fear
I'm wandering round and round here
Nowhere to go
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
On sunday, monday, autumn pass by me and people hurry on so peacefully
A group approaches a policeman, he seems so pleased to please them
It's good as least to live in peace and I agree
He seems so pleased at least and it's so good to live in peace and
On sunday, monday, years and I agree
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
I choose no face to look at choose no place,
I just happen to be here, and It's Ok
Green grass, blue eyes, grey sky, god bless, silent pain and happiness
I came around to say, yes and I say
Green grass, blues eyes, grey sky, god bless, silent pain and happiness
I came around to say yes and I say
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
Caetano Veloso
London London
I'm wandering round and round nowhere to go
I'm lonely London, London is lovely so
I cross the streets without fear, everybody keeps the way clear,
I know, I know no one here to say hello
I know they keep the way clear, I am lonely in London without fear
I'm wandering round and round here
Nowhere to go
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
On sunday, monday, autumn pass by me and people hurry on so peacefully
A group approaches a policeman, he seems so pleased to please them
It's good as least to live in peace and I agree
He seems so pleased at least and it's so good to live in peace and
On sunday, monday, years and I agree
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
I choose no face to look at choose no place,
I just happen to be here, and It's Ok
Green grass, blue eyes, grey sky, god bless, silent pain and happiness
I came around to say, yes and I say
Green grass, blues eyes, grey sky, god bless, silent pain and happiness
I came around to say yes and I say
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
Caetano Veloso
London London
domingo, maio 30
EUROPEIAS Por aqui, a campanha pelas eleições tem sido discreta, com excepção da presença cada vez mais notada de Lionel Jospin, o ex-primeiro-ministro socialista que há dois anos fez birra quando perdeu para Jean-Marie Le Pen na primeira volta das eleições presidenciais e anunciou o abandono da vida política. O desejo de Jospin voltar a intervir é notório - os Guignols, a contra-informação francesa mas numa versão muito melhor, fizeram umas piadas óptimas com isso - e na sexta-feira foi estrela num comício em Toulouse, onde criticou o governo de direita. Mas sempre que lhe perguntam, nega sempre e veementemente um regresso à política. Quem é que ele me faz lembrar?
PS: A propósito, a esquerda vai à frente nas sondagens.
SUMMER II. Com o Verão chegam os casamentos. De Maio a Setembro, de fraque ou fato cinzento, nas «quintas» ou nos restaurantes «Casa de...», a pé ou sentado, ou - variação mais recente - na Igreja ou no Registo Civil. Todos os anos a mesma coisa, mas todos os anos com mais frequência. É assustador. Casar deve ser das festas mais fashion que se pode montar. Qualquer twenty-something sente que casar é condição para ser filho de Deus. Ouço as mentes mais liberais e revolucionárias culparem a futura mulher por terem de subir ao altar quando, na verdade, estão a rejubilar por dar concretização a um sonho infantil.
Ao contrário do que normalmente me acusam - e do que estas palavras podem dar a entender - não tenho nada contra o casamento. À excepção da música, do pai da noiva bêbedo, dos amigos do «outro lado» e dos bares abertos com VAT 69 até me divirto razoavelmente nas ditas bodas. E tendo em conta que hoje em dia existe aquela coisa chamada «divórcio» já nem sequer me sinto impelido a dizer a alguém «vê lá o que é que vais fazer». Antes prefiro dizer: «Vê lá se tens coragem de proibir a Daniela Mercury, a Fafá de Belém, a Gloria Gaynor, o Frank Sinatra, os paneleiros do YMCA e afins mariconadas». E o Whiskey levo comigo.
Ao contrário do que normalmente me acusam - e do que estas palavras podem dar a entender - não tenho nada contra o casamento. À excepção da música, do pai da noiva bêbedo, dos amigos do «outro lado» e dos bares abertos com VAT 69 até me divirto razoavelmente nas ditas bodas. E tendo em conta que hoje em dia existe aquela coisa chamada «divórcio» já nem sequer me sinto impelido a dizer a alguém «vê lá o que é que vais fazer». Antes prefiro dizer: «Vê lá se tens coragem de proibir a Daniela Mercury, a Fafá de Belém, a Gloria Gaynor, o Frank Sinatra, os paneleiros do YMCA e afins mariconadas». E o Whiskey levo comigo.
sexta-feira, maio 28
«A MIRACLE CALLED PORTO». Há duas semanas tive a ingrata função de ir para a porta dos snacks portugueses locais perguntar a um grupo de emigrantes-protótipos se a vitória do clube deles - o mesmo do seleccionador nacional - tinha uma importância especial pelo facto de viverem no estrangeiro. Para o clube em questão, como imaginam, qualquer vitória tem um sabor especial e provoca grunhidos de júbilo. Mas agora que penso na pergunta com seriedade, à escala dos Campeões Europeus, percebo como de facto o futebol é importante para as comunidades emigradas. Comprar os jornais locais e ler elogios ao clube, ao treinador, aos jogadores, à nossa cidade e até ao País faz-nos sentir bem. Ver imagens com centenas de adeptos na Alameda do Dragão transmitidas pelas televisões inglesas dá orgulho. Acham que é parolo? Eu sinto que é chique a valer.
quinta-feira, maio 27
quarta-feira, maio 26
DIAS ÚTEIS Um dos programas que a SIC Internacional faz o gentileza de transmitir para os demais estrangeirados é O dia seguinte, um momento alto de discussão filosófica e intelectual de individualidades como Fernando Seara, Santana Lopes e Guilherme Aguiar, onde o tema do futebol tem uma certa preponderância. É apaixonante ver e ouvir a paixão e a minúcia com que analisam cada jogada, declaração ou notícia, fazendo do seu exercício mental um desporto mais esforçado que o dos próprios atletas. E é especialmente recompensador saber que programa tem do público da SIC Notícias uma atenção merecida que o faz o mais visto do canal e da TV Cabo.
ALVES DOS REIS Isaltino de Morais diz que Amílcar Theias, o ministro que alegadamente foi despedido por telemóvel, era "uma espécie de extraterrestre no Ministério do Ambiente".. Terá Isaltino moralidade para fazer grandes considerações sobre o seu sucessor?
ESTRANHO Uma mulher a dançar dentro do metro, em frente ao seu reflexo na porta. Um cão a passear num carrinho de bébé, empurrado pela respectiva dona. Bush e Chirac concordam sobre o futuro do Iraque.
segunda-feira, maio 24
ACTUALIZAR Os (poucos) leitores terão reparado na ausência de novidades desde quinta-feira, os mais atentos estarão admirados com a quebra da promessa deste lisboeta-parisiense portista de escrever todos os dias. Mas outros assuntos têm-me preenchido o tempo e a disponibilidade. Entretanto, o sol foi-se, veio, esteve frio, agora volta o calor. O tecto do mais recente terminal do aeroporto Charles-de-Gaulle caiu ontem, matando seis, depois cinco e finalmente quatro mortos, no mesmo dia em que ficámos a saber que Santana Lopes tem TV no automóvel pessoal. E hoje, voilà, eis que a Myriam Delay, a mãe que violou quatro das suas crianças e que na semana passada tinha ilibado 13 dos 17 acusados, volta atrás pela enésima vez, e recupera a história de uma criança que alegadamente foi morta mas cujo cadáver nunca foi encontrado. No mesmo dia em que Carlos Queirós voltou a ser despedido após mais uma época sem glória. Na quarta-feira temos o Portugal-Mónaco! Desculpem, FC Porto-Mónaco.
quinta-feira, maio 20
SOL EM PARIS Mais um dia de calor. Hoje é feriado da Ascenção e por ser quinta-feira permite uma ponte para o fim-de-semana prolongado - aqui também é tradição. Paris é uma cidade óptima para se andar a pé: não tem muitas subidas e tem uma arquitectura harmoniosa. Nestes dias especialmente, passear a pé pelas ruas torna-se agradável porque há menos trânsito e menos movimento. As pessoas, ao contrário do normal, tomam o seu tempo. Andam ao acaso e param uma esplanada que lhes pareça interessante. Foi o que fiz. Outras fazem tudo para recarregar as baterias solares. Nas margens do rio ou num relvado pequeno como na Place des Vosges, o sol é rei.
quarta-feira, maio 19
PEDOFILIA Em França, no chamado caso Outreau, a Justiça está debaixo de fogo. 17 pessoas foram constituídas arguidas, após as acusações de crianças e alguns dos suspeitos mas, ao fim de duas semanas, sabe-se que 13 deles estarão inocentes. Foram quatro anos de investigação e de instrução, algums dos suspeitos continuam presos e da fama já não se livram, além da angústia, sofrimento e vergonha que passaram. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
BALANCÉ. No decurso deste meu desaparecimento forçado, mas bem gozado, passei os olhos e as mãos por alguns blogues meus amigos e por outros tantos de amigos meus. Para ser rigoroso, aconteceu uma vez só, há mais ou menos três semanas, mas foi suficiente. Senti-me um daqueles personagens do Hitchcok achados numa vila subitamente despovoada. Grande parte dos meus messias tinham perdido a salutar rotina e fidelidade. Despareceram ou, pior ainda, desinteressaram-se. Lamentei.
Agora que regressei à vida com mais tempo para intervalos - espero - reparo que a crise está em fase de convalescença. Muito por culpa de um fenómeno que parece ter o efeito de um Prozac: as mudanças de Template.
Desde o meu próprio blogue [mudança à revelia de uma das partes, registe-se], aos muito apreciados Homem a Dias; Terras do Nunca; Bomba Inteligente; Babugem; e mais alguns que a hora não me permite recordar. Todos para melhor. Única nota negativa: o desaparecimento aparente d'A Ponte.
PS: Perdi o ritmo. Estou a escrever demais. Enfim, desculpem. Ou como diria o arroto que se julga educado, «com licença».
Agora que regressei à vida com mais tempo para intervalos - espero - reparo que a crise está em fase de convalescença. Muito por culpa de um fenómeno que parece ter o efeito de um Prozac: as mudanças de Template.
Desde o meu próprio blogue [mudança à revelia de uma das partes, registe-se], aos muito apreciados Homem a Dias; Terras do Nunca; Bomba Inteligente; Babugem; e mais alguns que a hora não me permite recordar. Todos para melhor. Única nota negativa: o desaparecimento aparente d'A Ponte.
PS: Perdi o ritmo. Estou a escrever demais. Enfim, desculpem. Ou como diria o arroto que se julga educado, «com licença».
JE SUIS BACK. Caros companheiros de geração: para celebrar este meu regresso activo à blogolândia brindo-vos com uma das lyrics mais bonitas da nossa infância. Exactamente, daquelas de arrancar lágrimas à calçada. Senhoras e senhores: Era uma vez no Espaço. Maestro...
Lá em cima há planícies sem fim
Há estrelas que parecem correr
Há o Sol e o dia a nascer
E nós aqui sem parar numa Terra a girar
Lá em cima há um céu de cetim
Há cometas, há planetas sem fim
Galileu teve um sonho assim
Há uma nave no espaço a subir passo a passo
Lá em cima pode ser o futuro
Alegria, vamos saltar o Mundo
E a rir, unidos num abraço
Vamos contar uma história
Era uma vez o Espaço
Lá em cima já não há sentinelas
Sinfonia toda feita de estrelas
Uma casa sem portas nem janelas
É estenderes o braço e tu estás no Espaço!
Lá em cima há planícies sem fim
Há estrelas que parecem correr
Há o Sol e o dia a nascer
E nós aqui sem parar numa Terra a girar
Lá em cima há um céu de cetim
Há cometas, há planetas sem fim
Galileu teve um sonho assim
Há uma nave no espaço a subir passo a passo
Lá em cima pode ser o futuro
Alegria, vamos saltar o Mundo
E a rir, unidos num abraço
Vamos contar uma história
Era uma vez o Espaço
Lá em cima já não há sentinelas
Sinfonia toda feita de estrelas
Uma casa sem portas nem janelas
É estenderes o braço e tu estás no Espaço!
segunda-feira, maio 17
SABES AQUELE DITADO: MAIS VALE CALADO QUE MAL ACOMPANHADO Quando as coisas pareciam correr bem e o Partido Socialista francês parecia ter encontrado um tema onde são visíveis as diferenças com a direita, vem o ex-primeiro-ministro Lionel Jospin, que tem estado calado - e bem - lançar achas para a fogueira e declarou-se contra o casamento entre homossexuais.
PORTAGENS O ministro da Cultura francês, Renaud Donnedieu de Vabres, elegeu como prioridade combater a pirataria de filmes e música pela Internet (link efémero) e convida autores e fornecedores de acesso à Internet (FAI) a entrarem em acordo. Diz-se que um milhão circulam ilegalmente na Internet em França por dia. Merda. Espero que isto não implique um retrocesso na civilização. É que aqui, ao contrário de Portugal, raramente impõem limites aos downloads. Era a mesma coisa que passar a ter a Brisa nas auto-estradas da informação...
domingo, maio 16
O SR. RUI RIO. A equipa do Arsenal comemorou esta manhã a conquista da Premier League no topo de um autocarro descapotável. Quase duzentas mil pessoas espalhadas pelas ruas de Islington, no Norte de Londres, gritaram e cantaram com os jogadores. O cortejo acabou, como seria de esperar, com os jogadores a serem recebidos na Town Hall, de onde se fizeram os discursos da praxe. Duas horas depois, as televisões continuavam a mostrar imagens de um povo feliz, orgulhoso do seu clube e da sua cidade.
Há poucos dias, vi as mesmas imagens de Valência. Ponho a mão no fogo, como haverá as mesmas imagens em toda a Europa, de todas as cidades que tiveram a felicidade de ver «o clube da terra» vencer o respectivo campeonato nacional. É natural. E também seria natural para os cidadãos do Porto viver a mesma festa se a sua cidade [a minha cidade] não tivesse um presidente de câmara que, nesta e noutras matérias, se acha o mais clarividente de toda a Europa.
Depois de ver as imagens da festa do Arsenal apeteceu-me vir aqui lembrar que este homem instrumentaliza o futebol como todos os outros políticos. A única diferença é que se notabilizou no nosso bizarro rectângulo por o fazer no sentido inverso do que é habitual. Ou seja, em vez de se colar ao mundo da bola, posicionando-se ao lado das barbichas e dos bigodes que tantas náuseas nos dão, dá a entender que esse é um mundo de corrupção onde ele, incorruptível que é por decreto, não se mistura. Não sei, nem quero saber, qual dos jogos acaba por render mais votos. O que sei é que este senhor fabricou uma divisão que não havia e estragou a festa a muitos portuenses. E por isso, só por isso, raios o partam.
Há poucos dias, vi as mesmas imagens de Valência. Ponho a mão no fogo, como haverá as mesmas imagens em toda a Europa, de todas as cidades que tiveram a felicidade de ver «o clube da terra» vencer o respectivo campeonato nacional. É natural. E também seria natural para os cidadãos do Porto viver a mesma festa se a sua cidade [a minha cidade] não tivesse um presidente de câmara que, nesta e noutras matérias, se acha o mais clarividente de toda a Europa.
Depois de ver as imagens da festa do Arsenal apeteceu-me vir aqui lembrar que este homem instrumentaliza o futebol como todos os outros políticos. A única diferença é que se notabilizou no nosso bizarro rectângulo por o fazer no sentido inverso do que é habitual. Ou seja, em vez de se colar ao mundo da bola, posicionando-se ao lado das barbichas e dos bigodes que tantas náuseas nos dão, dá a entender que esse é um mundo de corrupção onde ele, incorruptível que é por decreto, não se mistura. Não sei, nem quero saber, qual dos jogos acaba por render mais votos. O que sei é que este senhor fabricou uma divisão que não havia e estragou a festa a muitos portuenses. E por isso, só por isso, raios o partam.
sábado, maio 15
quinta-feira, maio 13
IRAQUE Já se disse muito sobre as torturas dos soldados da coligação sobre os presos iraquianos e os adjectivos faltam para condenar o que se vê. Mas, pessoalmente, o que me admira é a eficácia e a criatividade com que os soldados registaram tudo. Não duvido que Saddam Hussein e outros ditadores (de esquerda ou de direita) em várias partes do mundo tenham no seu cadastro abusos equivalentes ou piores. Mas onde é que estão as fotografias? Ou porque é que não existem em tanta quantidade, pormenor e crueldade? Este é mais um reflexo de como a tese da "invasão libertadora" moldou as mentes dos soldados norte-americanos e britânicos que se pensam julgam superiores aos comuns mortais. Para eles, aqueles prisioneiros não são gente, são objectos. São vencidos. São muçulmanos.
OS CHATOS A nova campanha da Fundação Portuguesa de Cardiologia põe um médico a mandar passear os jornalistas que o esperavam à porta do hospital. Não sei se vai funcionar, mas é mais um retrato do país hiper-mediático e, mais triste, da profissão de jornalista.
terça-feira, maio 11
segunda-feira, maio 10
TRANSPORTES PÚBLICOS Depois de um relatório oficial ter demonstrado, mais uma vez, que a poluição atmosférica urbana é responsável por mortes e pelo agravamento de doenças cardio-respitarórias, o debate sobre o (ab)uso das viaturas nas cidades devia voltar. Porque, se hoje se fala em consequências mal avaliadas para o ambiente e para a economia, estamos agora perante um caso de saúde pública. E o princípio do poluidor-pagador, ao exemplo do fumador-pagador, ser levado a sério. Aqui, por enquanto, o assunto acalmou. Isto apesar de o Le Point dizer que o governo tentou impedir a divulgação do estudo para poupar a poderosa indústria automóvel francesa (Peugeot, Renault, Citroen).
domingo, maio 9
EUROPEIAS Os socialistas franceses apelam ao voto útil porque a extrema-esquerda, apesar de não fazer sombra, rouba alguns votos. O PS de Portugal, pelo contrário, parece que tem mais a ganhar do que a perder com o Bloco de Esquerda. Até Mário Soares disse há dias, aqui em Paris, que o PS está demasiado ajuizado para o seu gosto.
AINDA O GODINHO Para que fique registado, o artista é um bom artista. Não sou um admirador desde a primeira hora, nem um calejado ouvinte. Não sei as letras de cor nem identifico ao primeiro acorde os temas, os álbums e as épocas. Só desde há dois anos é que venho ouvindo com regularidade. Mas na sexta-feira percebeu-se o mérito do SG: as músicas foram quase todas apresentadas com novos arranjos, e assim surgiram envernizadas, enfeitadas, redecoradas e coloridas. Para os mais conservadores, talvez não tenha sido um bom concerto. Mas para dúzia e meia de tugas que desafiaram os bares exíguos da Bastilha e encontraram um lugar comum onde beber um copo, a noite foi de comemoração.
sexta-feira, maio 7
DEUSINHO Por incrível que pareça, hoje vou ver um concerto do Sérgio Godinho. Sim, com milhões de coisas interessantes nas salas de teatro, cinema, concertos, óperas e afins, mesmo assim, vou ao concerto de um artista português. Não são só as pressões sociais e familiares. E não é de todo nostalgia, a tal saudade de que se fala tanto no estrangeiro. É mesmo por gosto. E vai ser no mesmo palco onde vi Jonathan Richman há um mês atrás.
quinta-feira, maio 6
quarta-feira, maio 5
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