terça-feira, julho 6

SOPHIA. Há uns anos, a pretexto de qualquer aniversário ou de um prémio mais, um dos nossos jornais dedicou muitas páginas a Sophia de Mello Breyner. O habitual: análises densas, elogios bonitos, elogios básicos e lugares comuns. Um dos textos, para mim, fez a diferença. Estava assinado por uma leitora do jornal que tinha a minha idade. Na altura, suponho, 18 ou 19 anos. Não decorei o nome. Escreveu ao jornal para dizer que devia o rumo da sua vida a Sophia. Mais precisamente, aos livros infantis de Sophia. Mais precisamente, à Menina do Mar. Fiquei feliz pela coincidência e pensei que podíamos ser muitos mais. Confirmei-o ao longo destes últimos anos. Somos muitos. Depois da Menina do Mar, todos nós passámos a olhar os livros como caixas de novas expectativas. Passámos a procurar traços da nossa própria vida nas páginas, para encontrar soluções ou simplesmente a solidariedade das personagens. Passámos a gostar de passsar o tempo com as palavras. Passámos, em suma, a querer ler e a viver perto dos livros. A Sophia de Mello Breyner devemos isso tudo.

1 comentário:

Andre Bradford disse...

Junta mais um à conta, não esquecendo a Matilde Rosa Araújo.