sexta-feira, outubro 22

TRANSPARÊNCIA. Todos os jornais ingleses de qualidade apresentaram hoje análises exaustivas sobre os gastos dos políticos ingleses. A base do trabalho é um relatório oficial divulgado ontem, no qual estão descritos os salários e as despesas particulares de todos os parlamentares e membros do governo. Entre outras coisas, fiquei a saber que os contribuintes deste país têm de pagar mais pelos custos de vida dos seus representantes (média de 15 mil euros mensais) do que pelos seus ordenados (valor fixo ronda os 7000 euros). Alguns jornais também desconstruíram as tabelas construíndo rankings onde se podia perceber quem viaja mais, quem reclama mais dinheiro para o staff pessoal, quem paga mais por material de escritório, etc, etc.
Há quatro anos, durante uma curta viagem ao Brasil, comprei uma edição especial do Estado de São Paulo com um suplemento chamado «Olho no Senado». Na prática, era exactamente a mesma coisa, mas com a diferença de a informação não ter origem em qualquer relatório, mas no próprio trabalho de investigação do Estadão, realizado ao longo de um ano inteiro, através da consulta de todos os ofícios e registos parlamentares.
E nós?
É simples: nem relatórios oficiais, nem investigação jornalística.

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