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PASSEIOS Por falar em transportes, fiquei impressionado com a quantidade de deficientes motores que recorrem ao autocarro para se deslocarem em Nova Iorque. Por norma uso o autocarro para viajar dentro da cidade e posso afirmar que em pelo menos 40 viagens, 35 fi-las na companhia de pessoas em cadeiras de rodas. Além de todos os veículos poderem "ajoelhar-se" para facilitar a entrada a pessoas mais idosas ou com dificuldades de locomoção, possuem um elevador hidráulico que permite a subida das cadeiras de rodas e vários bancos que podem recolher-se para dar lugar a estas pessoas, que entram empurradas ou sozinhas, quando possuem um modelo eléctrico. Em Paris, apenas uma parte dos autocarros está preparada e em Lisboa, até há poucos anos, ainda se recorria ao sistema do autocarro especial. Eu posso compreender que a renovação da frota seja gradual e que isso implica um esforço financeiro e uma sensibilização dos responsáveis. Mas o que o caso de NY prova é que as pessoas não têm medo de sair para a rua, onde, pelos vistos, podem circular à vontade e em segurança. E não estou a falar apenas das chamadas "barreiras arquitectónicas" que dificultam o movimento das cadeiras de rodas. Portugal tem um problema especial com o qual, o mais cedo possível, terá de lidar: a calçada portuguesa.