terça-feira, julho 27
sexta-feira, julho 23
1. Na senda dos Verdes, que oportuna e inteligentemente questionaram a legitimidade de Nobre Guedes para ser ministro, Fernando Louçã tentou hoje criar um facto político por ter descoberto que um secretário de Estado veio directamente do mundo privado para o Governo. Mas fez mal. «Já tínhamos um ministro do Grupo Mello, agora temos um secretário de Estado da Associação Nacional de Farmácias». E então? Teremos de ter governantes vindos do desemprego? Têm de ser todos académicos? Ou terão de ser políticos carreiristas que nunca provaram nada no mundo real? Não tem cabimento. O mais engraçado é que até o líder parlamentar do PCP, velho amigo da «democracia» da Coreia do Norte, se lembrou de dizer que o que importa é «a ética política». Como é evidente.
2. Tenho duas ideias sobre Durão Barroso com que, aparentemente, os nossos opinion makers não concordam. Uma menor, relativa ao nome pessoal; outra mais importante, relacionada com o seu papel no desempenho do novo governo. Sobre o nome, espanta-me que a nossa comunicação social (alguma, pelo menos) se sinta obrigada a aceitar a nova designação que Durão escolheu para si próprio. Que os jornalistas de outros países aceitem o pedido não vejo problema de lesa-majestade – só agora é que irão citar o seu nome, de qualquer forma, por isso não tinham razão para fazer o contrário. Mas em Portugal Durão é Durão. Não é o senhor Barroso. Respeitar a audiência significa facilitar-lhe a informação. Neste caso, significa mandar às ortigas o capricho do Sr. Barroso.
Quanto à sua eleição para a presidência da Comissão acho, como a maioria dos portugueses (para usar a técnica de generalização inventada pela família Soares), que é um orgulho para o País. Mas a sua decisão, quer queiram os seus apoiantes quer não, tem muito mais de concretização pessoal do que de abnegação. Em nome da imagem do país, do projecto europeu, ou do que quer que invoquem. Por isso mesmo, o sucesso ou desvario do Executivo de Santana deve ser assacado, em primeiríssimo lugar, a Durão Barroso. Não esqueçamos: foi ele que nos deu este Governo.
3. José Sócrates não podia ter mais sorte. Não só vai receber a liderança do PS quando o Governo é o que é, como dentro do seu partido todos os habituais roedores de calcanhares resolveram cavar a sua própria sepultura e dar de bandeja os trunfos com que lhe poderiam estragar a carreira nos próximos meses\anos. João Soares e Manuel Alegre, mais os seus habituais compagnons de route, resolveram subir ao púlpito e gritar 25 de Abril Sempre!. «Estive nas batalhas mais complicadas», lembrou Soares Jr., no tom épico com que se imagina a conquistar Constantinopla; «toda a minha vida tem sido um combate desigual», proclamou com idêntica solenidade o poeta Alegre, depois de muitas horas de conversas com o Bloco de Leste remanescente do PS. O debate será clarificador, não há dúvida, mas para os portugueses perceberem o nível de insanidade destes senhores.
4. Ao lado de Manuel Alegre, na conferência de imprensa, só uma pessoa se sentou: Maria de Belém. Não, não foi por nostalgia pela velha esquerda de punho fechado. Foi simplesmente porque o seu ódio a António Guterres é cego. E como foi Sócrates quem uma vez lhe lembrou, olhos nos olhos, que Belém «não seria ninguém sem o engenheiro Guterres», o ódio ganhou ramificações.
5. A mudança de pasta de Teresa Caeiro não tem muitas interpretações, só tem uma. Vou tentar adivinhar: Portas queria-a na Defesa, mas não tinha o «sim» definitivo de Santana. Num golpe de esperteza saloia – que até é de estranhar – anunciou o seu nome para consumar o facto. Lopes, como qualquer rookie, não resistiu à tentação de se evidenciar pela lei do mais forte. Perdeu junto da opinião pública, que assistiu à primeira prova do desvario, mas ganhou – sem querer, parece-me – junto de quem menos esperava: Sarmento e Arnaut perceberam que não vale a pena fazer braços de ferro... porque o homem é louco.
quinta-feira, julho 22
domingo, julho 11
sábado, julho 10
quinta-feira, julho 8
quarta-feira, julho 7
terça-feira, julho 6
segunda-feira, julho 5
domingo, julho 4
sexta-feira, julho 2
quinta-feira, julho 1
Aqui está, passou no jornal da tarde da France 2 e garanto que o apresentador foi bastante discreto nos comentários. Quem quiser ver o filme, entre aqui, clique no Journal de 13h (provavelmente o link é efémero) e avance até aos 40 minutos.
Eram aos milhares. Já o tinham sido quando o FCP Porto venceu a Liga dos Campeões e na semana passada, quando Portugal passou às meias-finais. Imagino que em Portugal os comentários se dividam:
"Olha, lá estão outra vez os emigras! Até dançaram folclore". Ou então
"Pôrra, viste os portugueses que ocuparam os Campos Elíseos?!". Mas para quem tem vindo a conviver com esta comunidade nos últimos três anos, vai percebendo que estes momentos
servem para soltar um grito, mostrar que existem. Durante anos viveram em bairros de lata e foram pedreiros, mulheres de limpeza e porteiras. Por isso, foram aprendendo a ser invisíveis.
Os franceses chamam-lhe integração. Mas em cada um destes jovens bate um coração português e muitas vezes mais forte do que naqueles que sempre viveram no país. E nestas alturas mostram o apego às raízes, o orgulho nos seus pais e o desejo de serem ainda mais portugueses.
Por sua vontade, iam a voar até Portugal.
Não, são os quatro mosqueteiros ao serviço do monsenhor Scolari.
Vivam os tugas!
PS: Reportagem fotográfica de André "de Gouveia", excepto fotos 2,6 e 7