quinta-feira, janeiro 15

EL PITILLO. Companheiro de luta pró-tabágica confessava-me há pouco tempo como lhe era cada vez mais difícil argumentar em prol desta nobre causa. Pior, a medo o cobarde chegou mesmo a admitir que começava a «perceber» as razões dos fanáticos. «Porque não é só vício que é um problema», vomitou a besta, «isto lixa-nos a vida em todo o lado». Pois bem meu caro, se tu não vês, eu elucido-te sobre algumas das vantagens do belo pitillo, bem mais importantes que o vício:
No local de trabalho (onde é permitido):
Os anti-tabagistas nunca se sentam ao teu lado. Em média, duas baforadas chegam para os afastar e irritar. Com nenhum insulto consegues este efeito.
No local de trabalho (onde é proibido):
«Queres vir fumar um cigarro lá fora?» E está feito. Dois ou três intervalos diários com a mesma pessoa podem ser mais úteis que uma lua cheia à frente do mar.
No restaurante:
Os carrinhos de bébés afastam-se para a outra ponta da sala. Vão berrar para o raio que os parta, portanto.
Em casa de gente que não fuma:
Para seres bem educado basta não fazeres nada. Ou seja, passas pelo pequeno sacrifício de não fumar durante umas horas e ficas logo com fama de gentleman.
Nas relações furtivas:
As mulheres não querem ter filhos de fumadores. Sonham que os rebentos vão ser desportistas e esse género de coisas.
Nas relações semi-sérias:
Quebra a escalada sentimental do pós-sexo. À primeira pergunta inconveniente atiras com o clássico «passas-me o meu maço». E está posto o gelo.
Nas relações sérias:
É o único pretexto para sair de casa depois da meia-noite. «É claro que a história da tua mãe me interessa, mas continuamos assim que eu voltar, pode ser?» Depois, claro, «o único sítio aberto era a estação de serviço da auto-estrada, o que é que queres que eu faça?».
Na vida:
O Macário Correia é anti-tabagista. Há mais e melhores exemplos, eu sei, mas como imaginas não vou aqui enxovalhar ninguém.

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